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Artigos

  • Deus está em tudo

    Extra (RJ), em 18/10/2007

    No Bragavad-Gita, o guerreiro Arjuna pergunta ao Senhor Iluminado: “Quem és?”. Em vez de responder “Sou isso”, Krishna fala das coisas do mundo. Arjuna passa a ver a face de Deus em tudo que o cerca. E nós? Embora criados à imagem e semelhança do Altíssimo, tentamos nos fechar num bloco de coerências, certezas, opiniões. Não entendemos que estamos nas flores, nas montanhas, nas coisas que vemos em nosso caminho. Esquecemos que o sangue dos antepassados corre em nossas veias. Raramente pensamos que viemos de um mistério, o nascimento, e caminhamos para outro, a morte.

  • Agora, às tropas de Chávez

    Jornal do Commercio (RJ), em 18/10/2007

    Chávez acaba de anunciar o apoio militar, incontinente, a Morales caso se desfeche a ofensiva do status quo boliviano contra o Presidente. O quadro de tensão só se fez agravar nestes últimos meses no país andino, entre as forças nacionalistas, hoje, no governo e a resistência das áreas mais ricas do país, em volta de Santa Cruz, no modelo mais clássico do neoliberalismo. O fantasma desde a vitória de Morales, era o do possível racha, de fato, da Bolívia com a criação do Estado do Oriente, deixando o Altiplano e a nação indígena do possível país aymara.

  • Situações difíceis

    Extra (RJ), em 17/10/2007

    Certas vezes, temos que arregaças as mangas e resolver uma situação difícil. Nesses casos, nada pior do que adiar. É melhor resolver logo. Quando eu tinha 10 anos, minha mãe me obrigou a fazer um curso de educação física. Um dos exercícios era pular de um píer para a água. Eu morria de medo. Ficava no último lugar da fila e sofria com cada menino que pulava na minha frente, porque logo chegaria a minha hora. Até que, um dia, para impressionar uma menina, resolvi ser o primeiro a pular. Tive o mesmo medo, mas acabou tão rápido que eu passei a ter coragem.

  • A alegria de viver

    Tribuna da Imprensa (RJ), em 16/10/2007

    A presença de J. J. Veiga na literatura brasileira foi de uma espantosa limpidez. Tendo com toda a justiça e verdade sido classificado como surrealista (é aceitável dizer-se que o único outro escritor nosso capaz de merecer esse adjetivo seja o Jorge de Lima de "O anjo") ergueu J. J. Veiga sua obra com a segurança de um sereno dominador da palavra.

  • Aproveitando a confusão

    Folha de S. Paulo (SP), em 16/10/2007

    RIO DE JANEIRO - Velho filme de Jerry Lewis terminava com uma cena caótica, ninguém se entendendo com ninguém, ofensas pra lá e pra cá, gente rolando no chão aos socos e pontapés, garrafas e cadeiras voando. O personagem de Jerry se arrasta até a mocinha que pretende namorar, leva-a para o carro e explica: "De uma confusão sempre se aproveita alguma coisa".

  • A questão da violência: onde, mesmo, está a verdade?

    Zero Hora (RS), em 16/10/2007

    A polêmica em torno ao filme Tropa de Elite está longe de ser um fenômeno isolado. Na semana antes da estréia o apresentador de tevê Luciano Huck, que teve seu Rolex roubado durante um assalto na capital paulista, escreveu para a Folha de S. Paulo um artigo em que, invocando sua condição de cidadão brasileiro honesto e em dia com os impostos, protestava contra a insegurança. Choveram cartas, em sua imensa maioria criticando-o furiosamente: Luciano Huck seria um jovem rico e alienado que finalmente descobrira a realidade brasileira. Esta crítica serviu de tema para um outro artigo, este do escritor Ferréz, originário da periferia, segundo o qual, no final tudo deu certo: o apresentador escapou com vida, o assaltante ganhou um relógio. Como se pode imaginar, o texto por sua vez motivou um dilúvio de correspondência desta vez defendendo Luciano Huck e atacando Ferréz.

  • Para contemplar

    Extra (RJ), em 15/10/2007

    Perto da cidade de Soria, na Espanha, existe uma antiga ermida escavada na rocha, onde vive, há alguns anos, um homem que abandonou tudo para se dedicar à contemplação. Fui procurá-lo numa tarde e o homem me recebeu. Depois de dividir um pedaço de pão, pediu que o acompanhasse até um riacho, para colher alguns cogumelos. No caminho, um jovem se aproximou. “Tenho escutado dizer que, para atingir a iluminação, não devemos comer carne. É verdade?”, disse o jovem. “Aceite com alegria tudo o que a vida oferece”, respondeu o homem.

  • Gil, sem Jorge você talvez fosse só uma hipótese

    O Estado de S. Paulo (SP), em 14/10/2007

    Acho que tenho de dar umas explicações antes de começar, principalmente para os que não gostam muito de baianos. O que vou escrever pode parecer até uma carta - e, de certa forma, é -, mas uma carta de interesse público. E interesse de todo o Brasil, razão por que ela não merece ser tida como apenas um papo da baianada, que devia ficar circunscrito a ela, sem chatear quem não tem nada com isso. Mas podem crer que todos os brasileiros têm alguma coisa com isso, até mesmo os que não a enxerguem ou admitam.

  • A vida e o filme

    Folha de S. Paulo (SP), em 14/10/2007

    RIO DE JANEIRO - "Era gente sem perna, parecia um filme". Foi a manchete de um jornal no dia seguinte ao desastre de caminhões em Santa Catarina, na última quarta-feira. Em setembro de 2001, eu estava no aeroporto de Curitiba, um sujeito chamou minha atenção para a televisão, exclamando admirado: "Nunca vi um filme como este!". Olhei e também ia concordando com o desconhecido quando notei que estávamos vendo o atentado ao World Trade Center.

  • O monumento mutante

    Revista O Globo (RJ), em 14/10/2007

    Já visitei muitos monumentos neste mundo, que procuraram imortalizar as cidades que os coloca em lugar de destaque. Homens imponentes, cujos nomes já foram esquecidos, mas que ainda permanecem montados em seus lindos cavalos. Mulheres que estendem coroas ou espadas para o céu, simbolizando vitórias que já não constam mais nem em livros escolares. Crianças solitárias e sem nome, gravadas em pedra, a inocência para sempre perdida durante as horas e dias em que foram obrigadas a posar para algum escultor que a história também esqueceu.

  • Dois deuses

    Extra (RJ), em 14/10/2007

    Existem dois deuses. O Deus que nossos professores nos ensinaram e o Deus que nos ensina. O Deus sobre o qual as pessoas costumam conversar e o Deus que conversa conosco. O Deus que aprendemos a temer e o Deus que nos fala de misericórdia.

  • A pressa e as almas

    Extra (RJ), em 13/10/2007

    Um explorador branco, ansioso para chegar logo ao seu destino, foi capaz de pagar um salário extra para seus carregadores andarem mais rápido. Durante dias e dias, semanas e semanas, o grupo teve que apertar o passo.

  • O STF deve avançar

    Jornal do Brasil (RJ), em 12/10/2007

    NOS ESTADOS Unidos, a Corte Suprema cumpriu função extraordinária para a harmonia e a estruturação da sociedade americana. Ela consolidou a Constituição interpretando o seu espírito. Foi assim no caso dos direitos civis, no acesso dos negros às escolas. Na ausência da lei, ela cumpriu sua parte. Não estou defendendo que o STF assuma o poder de legislar, mas, já que entrou para fazer avançar a reforma política que o Congresso não fez, deve prosseguir em outros temas.

  • Os desafios do Amazonas

    Jornal do Commercio (PE), em 12/10/2007

    Foi muito bom ter ido a Manaus para conhecer de perto o que pensam as suas autoridades a respeito dos problemas da educação. Os secretários José Dantas Cirilo e Gedeão Timóteo sintetizaram o que os anima: “Que as crianças possam crescer felizes, com maiores investimentos em educação e pesquisa.” Defenderam a ocupação do espaço existente no nível intermediário, para a oferta de bons empregos, tomando como exemplo o que na região representam os investimentos da Escola Nokia.