
Herói ou mártir?
[2]Impressionantes as fotos da agonia de Che Guevara, trucidado barbaramente em 1967 pela turma da "inteligência" do Estado Maior boliviano.
Impressionantes as fotos da agonia de Che Guevara, trucidado barbaramente em 1967 pela turma da "inteligência" do Estado Maior boliviano.
"1.000 Lugares para Conhecer Antes de Morrer", best-seller mundial da americana Patricia Schulz lançado no Brasil pela Sextante, traz cerca de 20 paradas obrigatórias no país. Mônica Bergamo, 23 de abril de 2006
Leio em revista científica que o planeta Marte, em sua infância, foi habitável, ou seja, tinha um tipo de vida mais ou menos, pior ou melhor, como o nosso. Hoje, como sabemos, Marte é um cadáver que rola insepulto no espaço. Há vestígios, segundo se crê, de canais, obras supostamente planejadas e criadas por seres articulados como o homem, tal como o conhecemos.
Eis um lado que vale a pena lembrar de Miguel Reale, que há pouco nos deixou, o do poeta. Que o foi. Não só em trechos de seus ensaios de filosofia como no livro sobre Kant que publicou em 1936 - mas também num livro bem mais recente, de sonetos, que se chamou precisamente "Sonetos da verdade".
Tanto a oposição como a mídia, interessadas em deletar Lula, seja pela força de um impeachment, seja pela deteriorização de sua imagem como candidato à reeleição, estão comendo o mingau pelas beiras.
Acho que você não tem razão. Acho que vai ter o troco, o povo vai dar o troco a esses caras. Outubro vem aí e eu tenho certeza de que esses caras vão dançar. Talvez um ou outro se safe, mas a maioria vai dançar. Dessa vez eles foram longe demais, eles vão dançar nas eleições.
Numa aula magna na Universidade Cândido Mendes, o príncipe Talal, da Jordânia, fez inteligentes comentários sobre as diversas crises políticas e militares que inquietam o nosso tempo. A observação que mais me impressionou foi a de que os grandes deste mundo -reis, presidentes, chefes de governo e de Estado - dificilmente se recusam a sentar à mesma mesa dos adversários.
O Congresso votou a lei de autoria do senador Jorge Bornhausen que barateia as campanhas eleitorais, evitando que elas sejam um festival de lançamento de produtos - os candidatos- e se estabeleça uma disputa na qual a turma do marketing eleitoral vive o seu Oscar.
Picasso tinha pavor da morte - da sua e da dos outros. Nos últimos anos de vida, Jacqueline vigiava o seu dia de tal forma que em caso algum o assunto ou a realidade de qualquer morte o fizesse sofrer, lembrando-lhe que mais cedo ou mais tarde deveria morrer.
Desde que começaram a considerar a imprensa como o quarto poder, passei a contestar a classificação, achando que a imprensa nunca é poder - eventualmente pode ser uma força, que não chega a ser um poder.
Lendo os jornais e revistas do último fim-de-semana, pela primeira vez na vida fiquei orgulhoso de ser brasileiro, de pertencer a uma nação ética, onde, tirante os governantes, todos são vestais e unânimes em lamentar ou condenar os desmandos daqueles que mandam ou pensam que mandam.
No Brasil, os anos começam uma porção de vezes. Há o início oficial, a 1º de janeiro. Vem depois o início operacional, que acontece na semana seguinte à do Carnaval. Finalmente, entramos no início real, depois da Páscoa, com quatro meses já passados e com gente fazendo previsões para o ano seguinte. Assim sendo, vamos entrar finalmente em 2006 sem Orçamento aprovado, com uma MP do tamanho de um Orçamento federal, a principal companhia aérea brasileira no maior vinagre empresarial da nossa vida econômica, gente indiciada pelo Ministério Público mas com processos previamente adiados para 2007.
Acontecem mais ou menos ao mesmo tempo: a Páscoa judaica (Pessach) e a Páscoa cristã, fora do calendário gregoriano, uma vez que são festas móveis. A Páscoa cristã é uma data (e uma festa) essencialmente e exclusivamente religiosa, eixo do mistério da Redenção: um Deus que se entregou em holocausto para salvar a humanidade de sua culpa original. Já a Páscoa judaica é uma festa nacional com fundo religioso. No Seder (a ceia tradicional), há sempre um menino que pergunta a alguém mais idoso: "Por que esta noite é diferente das outras noites?". É contada então a história do Pessach, quando o anjo do Senhor passou por cima das casas e Moisés retirou o povo judeu do cativeiro do Egito. Uma festa de libertação nacional, a maior que eu conheço, maior do que qualquer outra revolução da História. Um povo inteiro, escravo, escolhendo a liberdade. Teve um preço: os 40 anos que formaram a geração do deserto em busca de chão próprio e livre. Ao se transformar na Páscoa cristã, a mensagem de libertação é a mesma, mas não em nível nacional, mas ontológico, teológico, espiritual: a libertação do pecado.
Apesar da tentativa de reabilitação de Judas, com base num texto escrito 300 anos após o episódio da traição, e em contradição com mais de 80 Evangelhos paralelos e conflitantes, inclusive os quatro que foram adotados pela história ocidental (eram relatos orais que somente mais tarde receberam versão escrita), o dia de hoje, Sábado de Aleluia, terá alguns judas pendurados nos postes de várias cidades.
Da sofrida Semana Santa dos meus tempos de infância, a figura que nítida permanece na minha memória, como uma fotografia que não envelhece, é de Verônica, encarnada pela professora Maria Elvira, cujas lágrimas e lamentos cantados nos comoviam até juntarmos ao seu sofrimento o nosso, chorando também.
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