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Artigos

  • Singrando os ares

    O Globo,, em 25/10/2009

    Esta vida airada de saltimbanco das letras ainda me mata. Quando comecei a perpetrar meus livros, os escritores apenas escreviam. Hoje – é o que penso resignadamente, enquanto afivelo o cinto e observo os letreiros de “não fumar” -, há períodos em que o escritor trabalha como funcionário do departamento de vendas da editora e, nesse esforçado mister, às vezes viaja tanto que volta e meia, ao despertar num aposento estranho, leva um certo tempo para descobrir em que cidade está. E eis-me de volta a um avião.

  • A panela dos poderes

    Folha de S. Paulo,, em 23/10/2009

    Com o passar dos anos, já é possível ver as consequências que vão surgindo e as tendências que se vão formando com a nova (?) Constituição de 1988. Acho que essa avaliação está passando ao largo dos estudiosos do direito e da sociologia política. A verdade incontestável é sua ambiguidade, sua dupla face: uma com normas próprias do regime parlamentarista, outra do presidencialismo predominante.

  • O livro impresso sobreviverá

    Jornal do Commercio (RJ),, em 23/10/2009

    Existe o convencimento de que o Brasil é o maior produtor mundial de livros didáticos, consumindo milhares de toneladas de papel, que é o insumo básico dessa indústria. Se fizermos um exercício futurológico, a primeira pergunta que se impõe é a seguinte: com o avanço científico e tecnológico, o que poderá mudar, nessa importante mídia pedagógica? Os livros, no formato tradicional, desaparecerão?

  • A ânsia do inusitado

    Zero Hora (RS),, em 20/10/2009

    Pergunta: que setor da moda brasileira está em alta? Os trabalhos dos grandes costureiros, aqueles que aparecem nas passarelas, usados por modelos estilo Gisele Bündchen?

  • Futuro Tecnológico

    O Globo,, em 18/10/2009

    Olho para o monitor à minha frente e lembro como, faz tão pouco tempo, eu estaria diante de uma pilha de laudas em branco, ajeitando pelo menos duas delas na máquina de escrever, com uma folha de papel-carbono ensanduichada entre elas. Os erros eram apagados com uma sucessão de xis e as emendas feitas laboriosamente a caneta, resultando disso um texto imundo e desfavoravelmente comparável a um papiro deteriorado. Dicionário era na base do levantamento de peso e da lupa de leitura e descobrir se o nome de um sujeito era com q ou com k às vezes demandava até pesquisa telefônica. E, depois de escrever a matéria, ainda se tinha de enfiá-la num malote e rezar para que chegasse a tempo.

  • Uma usina de produção cultural

    Jornal do Commercio (RJ),, em 16/10/2009

    Desde a sua criação, nos idos de 1946, quando o Brasil reencontrou o caminho da democracia, o Sesc tem se dedicado a projetos de cultura e educação que ultrapassam as fronteiras dos seus mentores, empresários de comércio e serviços. Uma conversa com Abram Szajman, em São Paulo, é bem elucidativa desse empenho: “Hoje, estamos convencidos da importância da educação, que é parte integrante da cultura”, diz ele, enquanto desfila a série de projetos da instituição que preside.

  • Mestiços, graças a Deus

    Folha de S. Paulo,, em 16/10/2009

    Em 1985, quando falei como presidente nas Nações Unidas, tive uma pequena divergência com o Itamaraty. Eu mesmo trabalhara o meu discurso e tinha escrito: "Malsinado o homem que tiver vergonha de pensar na terra sem a companhia de Deus" e "o Brasil é um grande país mestiço que se orgulha de sua identidade". Eles me advertiram que a referência a Deus não era diplomática, uma vez que a ONU era uma instituição laica e tinha países de vários credos ou mesmo ateus ou agnósticos. A outra observação era que eu não podia falar em país mestiço. Não era de bom tom. Recusei as duas observações e mantive meu texto. Sobre ser mestiço, ressaltei que várias das mais altas expressões criadoras da nossa cultura provieram da mescla racial, da mútua fertilização das etnias.

  • Democracia, o novo nome da paz

    Jornal do Commercio (RJ),, em 16/10/2009

    Mais que a surpresa do próprio contemplado, o que espanta é a reação pelo recebimento do Nobel da Paz por Obama. Ao lado do aplauso, amplia-se um equívoco, entre mesquinho e ingênuo, para não se falar no prematuro da outorga do prêmio pelo Presidente americano. A distinção não tem nada de nostálgica, nem de outorga de uma honraria a um militante egrégio da luta pela paz. Mesmo porque esta se altera fundamentalmente hoje por uma nova e radical visão do que seja, após as hegemonias duras, um tempo das diferenças e de sua coexistência, num horizonte democrático aberto.

  • Direitas corruptas, esquerdas estéreis

    Jornal do Brasil,, em 14/10/2009

    O nível grotesco da corrupção atingida por Berlusconi, na Itália, não dá trégua ao que de mais grave surge hoje do continente europeu: a paralisação das esquerdas nos sucessivos impasses, que marcaram a sua perda de poder nas últimas eleições do continente. O nível de abuso "Cavalieri" reflete a crescente impaciência destes dias, quando se dá um basta ao supermagnata da mídia, habituado a calar bocas, chegando à arrogância extrema da impunidade, por lei, à conduta sem limite dos poderosos.

  • Em busca do software inteligente

    Diário de Pernambuco,, em 13/10/2009

    Existe o convencimento de que o Brasil é o maior produtor mundial de livros didáticos, consumindo milhares de toneladas de papel, que é o insumo básico dessa indústria. Se fizermos um exercício futurológico, a primeira pergunta que se impõe é a seguinte: com o avanço científico e tecnológico, o que poderá mudar, nessa importante mídia pedagógica? Os livros, no formato tradicional, desaparecerão?

  • Dia do professor

    Zero Hora (RS),, em 13/10/2009

    Outubro é um mês de muitas comemorações. Assim, temos o Dia das Crianças, a data da “descoberta” da América (estas aspas lembram o fato de que se tratou de descoberta para os europeus, não para os índios que aqui viviam), o Dia do Médico, e o aniversário da Revolução Russa de 1917.

  • Os trigêmeos imaginários

    Folha de S. Paulo,, em 12/10/2009

    A Receita Federal decidiu apertar o cerco contra fraudes em deduções do Imposto de Renda (IR) praticadas sobretudo pela classe média. "Para ampliar o limite de dedução com saúde, educação e dependentes, são inseridos filhos fictícios, tornando-se comuns declarações que mencionam filhos gêmeos e trigêmeos", informa relatório de inteligência do fisco ao qual a Folha teve acesso.

  • O ideal olímpico

    O Globo,, em 11/10/2009

    Aqui na ilha, depois do advento da televisão e das transmissões por satélite, acompanhamos de perto todos os eventos esportivos em que o Brasil se envolve, mantendo nossa intransigente tradição patriótica. Bem verdade que, de início, ocorreu certa estranheza quanto a alguns esportes a que não estávamos afeitos. Nos primeiros jogos de vôlei aqui exibidos, houve aqueles que comemoravam quando o Brasil metia uma bola na rede, na convicção de que, como no futebol, vôlei é bola na rede. A marcha, para citar apenas um outro exemplo, é desdenhosamente designada por muitos como “o remelexo” e a crença geral é de que o brasileiro não entra nessa modalidade porque pega muito mal aparecer rebolando na televisão para todo mundo ver, inclusive ou principalmente a sogra.

  • Um cartão ouro

    Jornal do Brasil (RJ),, em 02/10/2009

    Ninguém tem a verdadeira noção da importância de possuir um cartão de crédito. Ainda mais se for Ouro. É que pessoa alguma se dá ao luxo de ler a documentação que o acompanha. Em primeiro lugar você é distinguido com uma carta personalizada do presidente de um dos maiores bancos do Brasil e às vezes do mundo. Ele diz que está muito feliz de ter sido escolhido por você e lhe agradece com uma dádiva extraordinária: “Para comemorar a sua escolha você acaba de receber o nosso cartão que permite comprar em quase todas as lojas do mundo”. Para concluir manda-lhe mensagem carinhosa: “Parabéns. Poucos podem ter este cartão, especial como você”.