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Artigos

  • Homens & Mulheres

    Folha de S. Paulo,, em 27/12/2009

    Talvez seja um machismo light que tenho encruado dentro de minha formação ou desinformação: não aprecio a mudança que a igreja introduziu no cântico do “Gloria”, alterando a expressão “glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens de boa vontade”. Afinal, o canto litúrgico em latim repete a saudação dos anjos que anunciaram a Boa-nova aos pastores de Belém e que está até hoje no Evangelho de Lucas: “homens de boa vontade”.

  • Marvado atraso

    O Globo,, em 27/12/2009

    Às vezes eu acho que nós, brasileiros, temos razão em manter nosso tradicional complexo de inferioridade, achando que tudo do famoso Primeiro Mundo é melhor do que aqui, a começar pela aparência e a terminar pela língua. É quando constato que somos atrasados mesmo, triste verdade. Somente um povo atrasado é que ia dedicar, como dedicou, espaço e tempo a comentar indignadamente e rechaçar com veemência uma piada que o ator Robin Williams fez num programa de tevê americano. Deve ser o único lugar do mundo onde isso acontece em relação a algo dito por Robin Williams, que os próprios americanos nem ouviram  dá uma vergonhazinha.

  • A lucidez do Natal

    Folha de S. Paulo,, em 25/12/2009

    É véspera de Natal e o homem de repente descobre que está sozinho e lúcido. Até o meio-dia ele teve os colegas, recebeu e distribuiu abraços, viu amigos e inimigos levarem embrulhos e alegrias. Ouviu queixas sobre o preço do presunto e a qualidade dos figos e soube que os vinhos nacionais andavam bons, muita gente deixou de comprar o Grandjó e o Médoc para prestigiar a vinicultura pátria.

  • Um Natal em Amarante

    Folha de S. Paulo,, em 25/12/2009

    Esta é uma história de meu avô, acontecida há mais de cem anos. Nordestino andante desses que viveu em muitos lugares, desde Valença, no Piauí, passando pelo Ingá do Bacamarte, na Paraíba, até acalmar-se no Maranhão, onde fez roças, enfrentou malárias e teve até um neto que foi presidente da República.

  • A situação da mão-de-obra

    Jornal do Commercio (RJ),, em 24/12/2009

    Na abertura do 1º Seminário de Qualificação Profissional para um Novo Tempo, promovido pelo Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE/Rio) e o SENAC/Rio, a capacitação da mão-de-obra especializada foi o tema prioritário. Há urgente necessidade de atender à demanda das novas empresas que estão vindo para o Estado do Rio nos próximos anos.

  • Agulhas e bolas de gude

    Jornal do Commercio (RJ),, em 24/12/2009

    Julinho era filho de dona Nair, que se fazia passar por viúva do dr. Botelho, mas na realidade era apenas separada do marido que vivia com uma tal Moerís, mulata para 300 talheres, que chegara a desfilar quase nua num Carnaval do passado, musa absoluta dos Tenentes do Diabo.

  • É bom acreditar

    Zero Hora (RS),, em 22/12/2009

    Primeiro, era Secretaria da Saúde do Rio Grande do Sul; depois, Secretaria da Saúde e do Meio Ambiente; e, mais adiante, surgiu uma Secretaria do Meio Ambiente autônoma. Esta evolução mostra a importância que a questão ambiental foi ganhando no RS, no Brasil, no mundo. Ficou claro que os problemas dessa área não resultavam da imaginação dos chamados eco freaks, pessoas meio estranhas que se dedicavam à causa ambiental; tratava-se de uma ameaça muito concreta, que agora se expressa inclusive nas alterações climáticas. A causa veio para ficar; por causa disso não creio que se possa rotular como fracasso a conferência de Copenhague. Foi, sim, uma derrota do longo prazo diante do curto prazo, coisa até certo ponto previsível: políticos e administradores estão mais preocupados em criar de imediato empregos e elevar o nível de vida, mesmo porque, como dizia o economista Keynes, a longo prazo estaremos todos mortos. Contudo, o recado foi dado e produzirá seus efeitos, se não sob a forma de um programa global, movido por muita grana, então sob a forma de ações individuais e coletivas. A consciência ecológica passou a fazer parte de nossas vidas e os alertas que o planeta nos envia já não passarão despercebidos. Conclusão inspirada pelo espírito natalino? Talvez. Mas é bom acreditar, como é bom confiar – mesmo que seja para confiar desconfiando.

  • Uma noite de Natal

    Jornal do Commercio (RJ),, em 22/12/2009

    Desde o dia 13 está ali, na cela do Batalhão de Guardas, tendo Joel Silveira como companheiro, e um cartaz na parede com o lema: 'A guarda morre, mas não se rende'. Joel colocou por cima a página inteira de um jornal com a cara do Papai Noel. O bom velhinho sorri estupidamente, com suas bochechas coloridas, mas não dá para salvar nem alegrar a noite de Natal que se aproxima. Os advogados dos dois, dele e do Joel, haviam negociado uma visita dos parentes, mulheres e filhas, mas o comando da região militar vetou a visita aos presos do AI-5. Deviam ser comunistas e não mereciam o Natal dos homens de boa vontade que acreditavam em Deus e no Natal.

  • Dez anos, dez minutos?

    Jornal do Commercio (RJ),, em 21/12/2009

    A noção de beleza para Marcantonio não era um luxo para estetas, nem um enfeite a ornar alguém ou alguma coisa. Isso seria conceder à beleza o carimbo do supérfluo ou o estigma do mero capricho.

  • A competição entre o livro e o computador

    Jornal do Commercio (RJ),, em 21/12/2009

    Hoje, na realidade brasileira, existe a figura do aprendiz legal, abrangendo jovens dos 14 aos 24 anos de idade (incompletos), que têm seguras oportunidades de trabalho, sem as distorções de um regime livre e descosturado. O Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE), com a tradição de mais de 45 anos de fecunda existência, comanda esse processo de forma competente, sem visar a lucro, pois é uma entidade de finalidades filantrópicas.

  • Mantendo a forma

    Folha de S. Paulo,, em 21/12/2009

    Não é raro encontrar casais que se propõem a seguir um programa de exercícios físicos em conjunto, seja para passar mais tempo lado a lado, seja para ter uma companhia agradável durante a atividade. No entanto, conciliar preferências, aptidões e objetivos não é fácil. Um quer definir os músculos, o outro, apenas ganhar um pouco mais de condicionamento físico. Ao lado de uma pessoa extremamente competitiva, está outra que só quer relaxar no final do dia. Quando mal resolvidos, os conflitos podem desestimular e levar ao abandono da prática. Equilíbrio, 17 de dezembro

  • Partidarização da política externa

    O Estado de S. Paulo,, em 20/12/2009

    A política externa tende a ser, no Brasil e em outras nações, uma política de Estado, e não de governo ou de partido - como vem ocorrendo na Presidência Lula -, em função de certas regularidades da inserção internacional de um país. Essas regularidades contribuem para dar, com as adaptações devidas à mudança das circunstâncias, uma dimensão de continuidade à ação diplomática. É isso que explica por que a política externa tende a ser uma política de Estado.

  • Noite feliz

    O Globo,, em 20/12/2009

    Aqui na ilha, verdade seja dita, o Natal nunca foi dos mais famosos. Há até quem sustente que Papai Noel não aparece por cá porque não confia no ferrobote (no original, ferryboat, mas o pessoal acha que o nome é por causa do ferro que ela dá na gente, logo o correto é isso mesmo), ou se recusa a pagar um absurdo para atravessar a baía apenas com um trenó velho e alguns animais aveadados. Contam-me também, não sei se é fato, que a tentativa de promover um Natal de amigo oculto não deu certo, até porque a maior parte entendeu mal a brincadeira e se escondeu o Natal inteiro, sem dar nem receber presente, tendo no fim achado a ideia tão besta que ninguém quis mais nem discutir a realização de outra festa de amigo oculto.

  • Beatriz

    Folha de S. Paulo,, em 18/12/2009

    No hábito de ler diariamente os jornais do Amapá, dei de frente com uma história triste, que se torna bela pela carga de sentimento humano que encerra.

  • O voo do infinito

    O Estado do Maranhão,, em 16/12/2009

    Aprendi desde cedo que para Deus não há coincidência. Quando conheci, há mais de 10 anos, o General de Divisão José Carlos Albano do Amarante, então Reitor do Instituto Militar de Engenharia, com ele me identifiquei pela preocupação comum com a visão humanística dos seus alunos. Segundo deixou claro, na conversa que tivemos no prédio da Praia Vermelha, a modernização do ensino pressupunha o enriquecimento cultural dos alunos, para a formação de engenheiros da Idade Tecnológica, com base politécnica e visão holística.