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Artigos

  • Joaquim PER Nabuco

    Jornal do Commercio (PE),, em 12/11/2009

    Na história e nos livros busquei a demonstração preclara de pátria. É rito de patriotismo conhecer o seu país. Andei muito e o conheço todinho. Também andei pelo mundo afora. É pouco o que não tenha visto e não há lugar algum onde tenha estado ou vivido, em que não me dominasse o sentimento do meu chão. Por mais que visse, sempre via Pernambuco.

  • Os anéis e os dedos

    Jornal do Commercio (RJ),, em 12/11/2009

    Leio nas folhas que, em 2025, São Paulo será a maior cidade do mundo. Não entendo muito desse tipo de previsão, mas acho que a cidade já é a terceira ou quarta e tem justamente em seu gigantismo a base maior de seus problemas – o trânsito em primeiro lugar, as enchentes em segundo.

  • O Brasil para os americanos

    Folha Dirigida,, em 12/11/2009

    Na Columbia University, em Nova Iorque especialistas brasileiros e americanos debateram o tema “Brazil and the future”, no International Affairs Building Auditorium, por iniciativa da Casa do Brasil, com a presença de figuras como o médico Ivo Pitanguy, muito aplaudido. O tema prioritário foi a educação e, na ocasião, enfatizamos a necessidade de melhorar urgentemente as condições de formação, trabalho e remuneração do nosso quadro do magistério. Assim como, por provocação da plateia, mostramos que ainda estamos longe de oferecer aos nossos estudantes um ensino técnico-profissional, de nível intermediário, plenamente satisfatório.

  • Diálogo impotente e conflito inevitável

    Jornal do Brasil,, em 11/11/2009

    A Conferência do Cairo da Academia da Latinidade insistiu na superação dos álibis fáceis para mantermos a rotina de que o mundo não mudou após o 11 de Setembro, e de que enfrentamos, sim, um novo terrorismo à beira talvez da guerra de religiões. Estaríamos a anos-luz do que, ainda ao fim do século passado - e à hora em que celebramos a Queda do Muro -, via-se como o avanço de uma cultura da paz a superação dos botões nucleares e das guerras preemptivas.

  • O pagador do sucesso

    Jornal do Commercio (RJ),, em 10/11/2009

    São frequentes os atores de cinema que se transformaram em bons diretores. Os casos mais notáveis seriam Chaplin e Orson Welles, passando por Vittorio De Sica, que começou como galã do cinema italiano e terminou como diretor de obras-primas, como Ladrões de Bicicletas, Umberto D e Milagre em Milão.

  • A voz da coerência

    Zero Hora (RS),, em 10/11/2009

    Anos atrás, eu estava em Jerusalém para um encontro de escritores, às vésperas de uma eleição decisiva que opunha o atual premiê, Benjamin Netanyahu, ao trabalhista Shimon Peres, cuja plataforma pacifista incluía uma confederação dos países da região. Proposta, aliás, que tinha o apoio dos israelenses: Peres era o franco favorito.

  • Solidão: use com moderação

    Zero Hora (RS),, em 31/10/2009

    Nos primeiros séculos da era cristã eram muito comuns os eremitas, crentes que, fugindo da vida mundana, iam para o deserto, onde passavam a viver em cavernas ou, como foi o caso do famoso Simão Estilita, em uma pequena plataforma no alto de uma espécie de poste. Hoje em dia esta possibilidade dificilmente ocorreria a alguém, mesmo porque os eremitas não se isolavam completamente: almas caridosas forneciam-lhes comida, roupa, ajuda quando necessário. Somos seres gregários: preferimos viver em família, em grupos, em comunidades. É uma necessidade que está embutida em nossos genes e que é favorecida pelo fenômeno da acelerada urbanização: 80% dos brasileiros vivem em grandes cidades, nas quais o excesso de gente é a regra.

  • A cereja do bolo

    Jornal do Commercio (RJ),, em 30/10/2009

    No meu já longo convívio com a Previdência Complementar, perto de 20 anos, aprendi a valorizar a política de recursos humanos por entender que é um fator estratégico essencial.

  • Fungos na democracia

    Folha de S. Paulo,, em 30/10/2009

    A América Latina ofereceu ao mundo, nos anos 80, a maior onda de democratização depois da Segunda Guerra Mundial. O processo foi indolor, sem a violência e as guerras da descolonização na África e na Ásia.

  • Culturas impermeáveis, democracias corrosivas

    Jornal do Commercio (RJ),, em 30/10/2009

    A Conferência do Cairo, da Academia da Latinidade, dedicou-se às perguntas críticas sobre o equívoco do diálogo das civilizações em nossos dias. Não nos damos conta ainda da distância abissal que nos separa do raiar deste século, quando a derrubada das torres de Manhattan nos deixaram a anos-luz da cultura da paz e do desarme com que esperávamos ter vencido o mundo dos muros, dos holocaustos e da. guerra dos botões nucleares.

  • Ecologia, Nordeste e bem comum

    Jornal do Brasil,, em 28/10/2009

    RIO - A ida de Lula à área de transposição das águas do São Francisco dá conta, ao mesmo tempo, do nível no próprio Nordeste de desconhecimento da obra e mesmo da consciência cívica que deveria cercá-lo. Os beneficiários não se dão conta, ainda, do impacto dos seus resultados para o desenvolvimento da região. De outro lado, a argumentação contra o empreendimento vinda, sobretudo, do pastoreio da Igreja, inquieta quanto ao limite em que o álibi ecológico está servindo para paralisar a mudança social em área crítica do nosso atraso.

  • Quanto mais festa, melhor

    Zero Hora (RS),, em 27/10/2009

    A caminho do aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, chamou-me a atenção um cartaz afixado na fachada de uma das humildes casas comuns nas favelas da região. Dizia: “O Halloween é coisa do demônio”.

  • Paz mundial e guerra de religiões

    Jornal do Commercio (RJ),, em 26/10/2009

    O XX Colóquio da Academia da Latinidade se abre, nestes dias, no Cairo, para debater o fenômeno da pós-laicidade contemporânea, ou melhor, da retomada da força das religiões no dito conflito das civilizações contemporâneas. Pensava-se, ainda ao fim do século passado, que o futuro fosse ao advento de uma modernidade cada vez mais ligada à expressão da tecnologia e da fruição múltipla de seus benefícios.

  • A mãe de todas as senhas

    Zero Hora (RS),, em 25/10/2009

    Na minha infância, era muito comum a expressão chaveiro de freira para designar o impressionante molho de chaves que algumas religiosas, especialmente as diretoras de escola, carregavam, em geral preso ao cordão do hábito. Explicável: o acesso a depósitos, a salas de administração, a auditórios, a bibliotecas, tinha, naturalmente, de ser vedado a estranhos. Daí as fechaduras, os cadeados. E daí as chaves, que eram frequentemente enormes, o que reforçava o aspecto simbólico da vigilância.

  • Singrando os ares

    O Globo,, em 25/10/2009

    Esta vida airada de saltimbanco das letras ainda me mata. Quando comecei a perpetrar meus livros, os escritores apenas escreviam. Hoje – é o que penso resignadamente, enquanto afivelo o cinto e observo os letreiros de “não fumar” -, há períodos em que o escritor trabalha como funcionário do departamento de vendas da editora e, nesse esforçado mister, às vezes viaja tanto que volta e meia, ao despertar num aposento estranho, leva um certo tempo para descobrir em que cidade está. E eis-me de volta a um avião.