
Casta Suzana
[2]Foram muitos, muitíssimos, os palpites sobre a visita de Ahmadinejad ao Brasil, e nada demais que eu também meta a colher nesse mingau.
Foram muitos, muitíssimos, os palpites sobre a visita de Ahmadinejad ao Brasil, e nada demais que eu também meta a colher nesse mingau.
O ideal republicano entre nós sempre foi indissociável da democracia. Nabuco de Araújo, que tanto e tantas vezes serviu à Monarquia, 20 anos antes da Proclamação da República, denunciava da tribuna parlamentar: “Vede este sorites fatal, este sorites que acaba com a existência do sistema representativo: o poder moderador pode chamar quem quiser para organizar ministérios; esta pessoa faz a eleição; porque há de fazê-la; esta eleição faz a maioria. Eis aí está o sistema representativo do nosso país”.
No Brasil, geralmente as celebrações das datas inaugurais de grande conteúdo simbólico não são previamente preparadas. Conhecemos alguns precedentes. Sem uma reflexão crítica sobre o que representava, por exemplo, a passagem da primeira centúria republicana para o País e para o seu povo, as celebrações ocorreram de forma improvisada - diria até que de afogadilho.
Até onde convive com a democracia o excesso da popularidade presidencial? O exemplo de Lula ao reforçar o seu ineditismo é o de que só avança na provação política o presidente que renunciou a toda a veleidade de um terceiro mandato, e chega a esses dados únicos de aprovação em fins de seu segundo governo.
A entrevista que o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, deu a Tulio Milman (o brilhante editor da página 3) é um modelo de sobriedade e de bom senso, e contrasta com as declarações de Ahmadinejad negando o Holocausto. Uma cantilena que o líder iraniano provavelmente não repetirá no Brasil. Sabe que aqui esta retórica, à qual não falta inclusive uma conotação neonazista, será muito mal recebida. Na verdade, até já está modificando a linguagem; numa entrevista recente admitiu que o Holocausto “talvez” tenha acontecido. Absurdo e má-fé. Não pode haver qualquer dúvida quanto ao genocídio nazista: o assassinato de milhões de pessoas foi exaustivamente comprovado. No Brasil, não faltam inclusive testemunhos pessoais de sobreviventes. Além disso, é importante assinalar que o Holocausto matou principalmente judeus, mas não só judeus. Etnias como os ciganos, adversários do nazismo, minorias sexuais, membros de várias religiões e doentes mentais tiveram o mesmo fim. Será que o mandatário iraniano nega isso também?
Tal como na televisão, as novelas da vida real são recorrentes, repetem-se com frequência mudando apenas alguns pormenores irrelevantes. O chassi é sempre o mesmo.
Lévi-Strauss, há 50 anos, disse no seu famoso "Tristes Trópicos" que o principal poluidor da Terra é o homem. Daí, talvez, pudéssemos retirar um aforismo: se é o homem o responsável pela poluição, seria ele que deveria acabar. Mas não é esse o problema, e sim o de salvar a natureza para o homem. Em 1972, fiz talvez o primeiro discurso no Parlamento brasileiro sobre ecologia, com uma visão científica e fora do ufanismo romântico das belezas naturais e sua conservação.
A Cidade espanhola de Castellón promove anualmente uma feira de casamentos com artigos para serem usados nas bodas. Este ano, os organizadores resolveram organizar um evento adicional: criaram um concurso que, durante os dias do evento, buscará a sogra perfeita.
Para o jurista Ives Gandra Martins, na solenidade de posse do professor Paulo Nathanael Pereira de Souza, na Academia Brasileira de Filosofia, “é de se ressaltar, na sua personalidade, aspectos que sempre admirei: filósofo, poeta e pater familiae. Paulo Nathanael sempre foi dotado da visão abrangente da filosofia como ciência do saber e do especular sobre as razões últimas da existência... Preparou gerações de jovens não só para a profissão, mas para a vida, tendo sido um dos idealizadores e presidente, desde muitos anos, da mais importante ONG nacional de preparação e colocação de estagiários no mercado de trabalho, ou seja, o CIEE.”
O Dr. Jekill era um médico competente. Acima de tudo, um homem decente. Mr. Hyde era um maníaco sexual que chegou a praticar crimes de morte. Os dois conviviam no mesmo indivíduo, a passagem do bem para o mal era a consequência de pesquisas em que o médico queria penetrar na alma humana.
O tema talvez esteja superado. Durante semanas, na seção das cartas dos leitores, discutiu-se a retirada dos crucifixos das salas de aulas dos colégios públicos, bem como dos tribunais e de outras repartições do Estado. O argumento principal, lembrado por todos os que defendiam a retirada, foi o constrangimento daqueles que, professando outras religiões ou não professando religião nenhuma, são obrigados a conviver com o símbolo maior de outra religião, não importa que seja a religião da maioria.
Como muitos, sempre achei Michael Jackson esquisito, para dizer o mínimo. Ali estava aquele cantor de enorme sucesso, ganhando uma grana sem tamanho, morando num absurdo lugar chamado Neverland (evocando a Terra do Nunca da história de Peter Pan, o menino que não queria ficar adulto); tentando branquear a própria pele, no que parecia uma tentativa de escapar à própria identidade, e, por último mas não menos importante, suspeito de pedofilia.
O apagão da semana colocou, entre outros temas, a discussão sobre a culpa e a responsabilidade pela pane no sistema de energia para todo o país. O governo está botando a culpa nas condições meteorológicas: raios, ventos e chuvas teriam afetado as linhas de transmissão. Embora não haja ainda uma explicação definitiva para o desastre, é possível que a culpa seja da natureza, uma vez que não houve até agora prova de deficiência técnica ou suspeita de sabotagem.
Há 20 anos, neste espaço, analisando a queda do Muro de Berlim, escrevi um artigo intitulado ... e o mundo mudou! O artigo estava voltado para realçar que o Muro era um símbolo da guerra fria e que esta caracterizou a dinâmica da vida internacional no pós-2ª Guerra Mundial e impactou globalmente as concepções sobre os modos de organizar as sociedades. Por isso a sua queda antecipava uma mudança do paradigma de funcionamento do sistema internacional.
Foram muitos anos de convívio profissional e outros tantos de uma boa amizade. Estou me referindo a Ronaldo Bôscoli, um dos papas da Bossa Nova, com quem tive o privilégio de trabalhar na seção esportiva do jornal Última Hora e depois, a partir de outubro de 1995, na recém-criada Manchete Esportiva. Quando Adolpho Bloch levou Augusto Rodrigues e seus irmãos Nelson e Paulo para fazer a segunda publicação periódica de Bloch Editores, foi junto a equipe, da qual eu e o Bôscoli fazíamos parte.
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