
Do poema como cântico
Apesar de uma corrente poética haver defendido a presença de uma história, de um enredo mesmo, no poema, a preeminência da canção jamais deixou de predominar na poesia de qualquer tempo. A frase de Paul Éluard - "A poesia é a linguagem que canta" - serviu, no século XX, de lema para poetas de várias tendências, embora Ezra Pound haja condenado o cântico exageradamente usado na poesia, tendo mesmo achado muito "declamatório" o verso de Spenser "Sweet Thames, run softly till I end my song" - "Doce Tâmisa, flui manso até o fim de minha canção" - que é um trecho muito citado do poeta inglês.