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Artigos

  • Sem esperança

    RIO DE JANEIRO - Estudantes de jornalismo, em Curitiba, aproveitando a pausa de uma palestra para os vestibulandos do curso Decisivo, me perguntam se há lugar para a esperança. Com Domingos Pellegrini e Miguel Sanches Neto, falávamos sobre os livros que irão cair no vestibular. O tema era exclusivamente literário, mas acima de todos nós estava aquela "nuvem que os ares escurece" -tal como disse Camões no começo do episódio do Adamastor.

  • Sétima palavra: casamento

    Termino hoje a série de sete palavras (milagre, tortura, prece, sofrimento, conselho, xenofobia, casamento) que considero extremamente relevantes para o nosso tempo, e que pedi que meus leitores comentassem. Para quem desejar ter uma idéia geral, visite www.paulocoelhoblog.com > Discuss.

  • Meditação e prece

    Meditação e prece são distintas. Um homem reza ao precisar de algo ou quando deseja agradecer. Durante a prece, estamos conscientes de nossos pensamentos e de nossas necessidades. Não há nada de errado nisso. Na meditação, o objetivo é afastar o pensamento e entregar-se ao que Krishnamurti chama de luz mental. Procura-se entrar em contato com Ágape, a palavra grega para definir um amor que está além de qualquer sentimento de “gostar” ou “não gostar”. A prece é um segredo partilhado com Deus. A meditação nada mais é do que um encontro com o anjo.

  • As rochas do jardim

    Um dos grandes monumentos Kyoto é um enorme jardim com 15 rochas e areia. Mas o jardim original tinha 16 rochas. Assim que o jardineiro terminou sua árdua tarefa de cuidar do lugar, chamou o imperador para ver sua obra: “Magnífico”, disse o imperador, continuando: “Com certeza é o mais lindo de todo o Japão. E esta rocha é a mais bela do jardim”. O jardineiro retirou logo do jardim a pedra que o imperador elogiou e disse: “O jardim, assim como a vida, precisa ser visto inteiro. Se nos detivermos na beleza de apenas um detalhe, todo o resto parecerá feio”.

  • Oração pelo negro

    Após terminar a Oração pelo índio, primeira parte da tetralogia do Discurso das gentes do Brasil, Albuquerque Pereira acaba de ultimar outro alto cometimento épico e ético, esta Oração pelo negro que se encontra nas mãos do leitor. Dizemos alto cometimento por nos parecer justamente isso a aventura temerária de narrar, em quase quinhentas oitavas heróicas, em perfeitos decassílabos de índole camoniana, os cinco séculos da história da raça negra transplantada compulsoriamente para o Brasil, dos primórdios do tráfico até a longa e acidentada busca pela liberdade institucional, seguida pelo anseio por uma plena realização social e moral que se mantém até nossos dias.

  • O suicídio da alma

    Existe mais de uma maneira de se cometer suicídio. A prática não ocorre somente quando damos fim a nosso corpo físico, mas está presente também nas atitudes que tomamos em relação a nossa alma todos os dias de nossa vida. Ao ler isso, você deve responder: “A diferença é que os que tentam matar o corpo ofendem a lei de Deus”. Eu concordo, mas é preciso lembrar que aqueles que tentam matar a alma também ofendem a lei de Deus do mesmo jeito, embora seu crime seja um pouco menos visível aos olhos do homem e da sociedade em geral.

  • A recuperação da Bolsa

    Já escrevi mais de uma vez nestes artigos que é preciso ter confiança no Brasil, inclusive – por mais incrível que possa parecer - por precisarmos de bons governos ao longo dos anos. A Bolsa de Valores de São Paulo anunciou que recupera-se da perda ocasionada pela crise americana, ainda não solucionada, mas que por aqui já passou. Esta notícia da recuperação da Bolsa vem confirmar o que já escrevi aqui, sobre a incorporação de esquemas dos investimentos, que estão crescendo muito.

  • Paraíso terrestre

    RIO DE JANEIRO - Albert Camus descobriu que o homem é um exilado do reino. Conserva a nostalgia de um paraíso perdido, que ele sabe impossível de recuperar. Sísifo e Prometeu, o destino do homem é ser devorado por seus problemas, mas sem direito ao desespero. Desespero que de nada lhe adiantará.

  • Opinião: Boas instituições, bons frutos

    Em todas as crises políticas brasileiras, as pequenas e as grandes, a primeira idéia que surge é de concertar o que os costumes não consertaram, com nova legislação. Legisla-se para tudo, a toda hora e sempre se pede mais leis. O resultado é que de tantas leis, terminamos por viver sem leis.

  • Os profetas do futuro

    Em épocas mais remotas, viveram personalidades que tiveram a capacidade de ser visionários em diferentes campos como as artes e a ciência, com pensamentos avançados, o que por vezes trouxe grandes perplexidades à humanidade. Vejam o que foi para Galileu Galilei contrariar até mesmo religiosos, quando intuiu que o Sol é o centro do nosso universo, em torno do qual a Terra gira sem parar. Foi chamado de louco e, é claro, sofreu um bocado, até que se comprovasse cientificamente a sua teoria.

  • A Petrobras pela CPMF

    Leio que o governo federal, sob a presidência de Luiz Inácio Lula da Silva, negociou a entrega da presidência da Petrobras ao PMDB. Somos contrários a essa operação por dois motivos. O primeiro, porque fortalece a manutenção da CPMF, um imposto exótico que deveria ser transitório e acabou efetivo; e, segundo: o cargo na Petrobras é técnico, e não político.

  • O desacordo ortográfico

    São de épocas distintas as tentativas de Brasil e Portugal para adotar um único procedimento no que se refere à grafia das palavras. Marcos foram os quase acordos de 1945 (quando a delegação brasileira foi presidida pelo acadêmico Pedro Calmon), depois o grande trabalho do filólogo Antonio Houaiss, que desaguou em 1990, quando parecia que tudo caminharia favoravelmente.

  • O golpe já começou (2)

    Quando escrevi, há dois domingos, uma coluna com este mesmo título, não imaginava que iria, pelo menos tão cedo, abordar o assunto novamente. Peço desculpas a quem não leu o primeiro ´capítulo´, pois é claro que não posso repeti-lo. Mas não tem importância, porque ele, em última análise, procurava apenas lembrar como o Senado e a Câmara de Deputados são hoje, de modo geral, malvistos ou mesmo abominados pela maior parte do povo, e uma das conseqüências é a extinção do primeiro já ser amplamente sugerida, o que abre um caminho talvez tortuoso, mas claro, para a extinção da segunda.

  • A elite e a violência

    RIO DE JANEIRO - O assunto pode parecer de interesse exclusivo da cidade do Rio de Janeiro e da turba multa que faz e consome cinema. Mas tem alguma coisa a ver não só com a realidade psicológica e social do país inteiro, mas com a própria condição humana, que não é lá essas coisas em matéria de coerência e comportamento moral diante da sociedade, tal como ela sempre se apresentou.