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Artigos

  • Abaixo Chapeuzinho

    O Globo, em 11/12/2011

    Como temos visto, parece estar na moda o Estado se meter cada vez mais na vida privada dos cidadãos. Na convicção de que existem, universalmente, comportamentos "certos" ou "corretos", tecnocratas fazem tudo para impingir-nos essa correção. É comum que sejam alegadas bases "científicas" para definições do normal e do desejável, com frequência misturando-se asininamente a neutralidade da ciência com valores que não têm, nem pretendem ter, fundamento científico, mas cultural, filosófico ou religioso. Acaba-se gerando - e suspeito que isso se vem intensificando - a expectativa de que todos assumam diante da vida a mesma atitude "normal" ou "sadia" e ajam sempre de acordo com ela. Se alguém não se encaixa nessa fôrma, não só padecerá de culpa e estresse, convencido de que, de alguma maneira, é um réprobo anormal ou doente, como, em atos cada vez mais numerosos, o Estado força o cidadão a proteger-se do que é oficialmente considerado danoso ou inapropriado, cerceando-lhe, "no seu próprio interesse", a liberdade. O Estado sabe o que é bom para nós e não temos o direito de contestá-lo.

  • Universos paralelos

    O Globo, em 10/12/2011

    O distanciamento entre o que querem e pensam a sociedade e os políticos é um fenômeno da nossa pós-modernidade que surge a cada momento em diversas partes do mundo. Agora mesmo, temos exemplos desse divórcio tanto no plano nacional, com o caso do (ainda) ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel, quanto no internacional, com as dificuldades que estão surgindo na reunião de Durban sobre meio ambiente.

  • O sequestro da memória

    O Globo, em 30/11/2011

    Na semana da incontornável, e de há muito esperada, cerimônia do início da Comissão da Verdade, o silêncio a Vera Paiva, filha do ex-deputado Rubens Paiva, foi a nota dissonante do evento, para que se "evitasse constrangimento" aos comandantes militares ali presentes. 

  • A véspera do tudo e do nada

    Folha de São Paulo, em 29/11/2011

    A pergunta é: o que se deve pensar na véspera de nossa morte? Ela foi feita a monsieur Verdoux, um dos personagens da fase madura e final de Charles Chaplin (1889-1977). No filme homônimo, de 1947, o personagem está preso e condenado à guilhotina. Bancário durante 30 anos, ao perder o emprego decidiu casar ou namorar mulheres ricas, matava-as com frieza e sabedoria, e só por acaso foi descoberto pela polícia. Praticamente, ele já estava cansado do ofício.

  • Primavera ou inverno?

    O Globo, em 29/11/2011

    Pode-se ter uma visão pessimista da Primavera Árabe diante do que está ocorrendo na Síria, onde o ditador Bachar Al-Assad, quanto mais isolado fica, mais aumenta a violência da repressão. Pela primeira vez, a Liga Árabe adota sanções econômicas contra um de seus membros nessa dimensão, depois que a Síria se recusou a colocar em prática o plano para conter a violência no país e não aceitou a presença de observadores internacionais: suspensão dos voos entre os países árabes e a Síria, proibição de viagens aos países árabes para certas autoridades, congelamento de negócios comerciais com o governo sírio e das contas bancárias do governo nos países árabes.

  • A Burrice e a Política

    Diário do Amapá, em 28/11/2011

    Um dia, estava com Tancredo Neves e descontraidamente conversávamos sobre a política, as suas vicissitudes, suas amarguras e seu potencial gratificante. Perguntei-lhe o que responderia se ele tivesse de arrolar três virtudes que deviam ter os políticos. Ele com certo humor me disse: “Sarney, para mim acho que as sete primeiras são paciência, as outras três você pode escolher como quiser.” Rimos juntos e fiquei logo certo de essas primeiras sete eu possuía demais e muitas vezes fui criticado por essa conduta.

  • O que já foi um peito

    O Globo, em 27/11/2011

    No domingo passado, eu disse que ia tratar de peitos e acabei mal tocando (deixem de ser maliciosos) no assunto. Fui falar no ministro que, pelo visto, ia instituir o tratamento de "meu querido" e "minha querida" em reuniões ministeriais, para não falar na temível mas não improvável hipótese de que se dirigisse a uma colega, ou à própria presidente, como "minha filha", e aí tive nervosismo cívico e abandonei os peitos. Hoje, já um pouco desmotivado, mas sem querer deixar de cumprir a promessa (ou ameaça), vou aos peitos.

  • A luz vem do Oriente?

    Folha de São Paulo, em 27/11/2011

    Comenta-se, com certo júbilo, as mudanças que estão ocorrendo em parte do mundo árabe, que estão sendo chamadas de Primavera Árabe.

  • De herege a profeta

    O Globo, em 27/11/2011

    A Academia Brasileira de Letras prestou uma homenagem, na última quinta-feira, ao economista Roberto Campos pela passagem dos dez anos de sua morte, a 9 de outubro de 2001, e eu fui o escolhido para falar sobre ele. Suas ideias continuam provocando polêmicas, embora antes de morrer tenha podido constatar que elas ganharam espaço no mundo globalizado. Uma de suas muitas frases, ele que foi um formidável fazedor de frases, pode definir bem a situação: "Estive certo quando tive todos contra mim."

  • Lógica e uso expressivo da língua

    O Dia (RJ), em 27/11/2011

    A indagação de nosso leitor sobre a correção  do uso de ‘erário público’ nos abriu a oportunidade de conversarmos um pouco sobre o logicismo em relação a expressões corretas e correntes na variedade formal do idioma e, por isso mesmo, abonadas pelos nossos melhores escritores, antigos e modernos.

  • Políticos

    O Globo, em 26/11/2011

    Definitivamente a imprensa livre e as críticas não fazem bem aos políticos brasileiros, seja de que ideologia forem.

  • De Tiananmen a Wall Street

    Jornal do Commercio (RJ), em 25/11/2011

    O movimento "Ocupemos Wall Street OWS" não é um espasmo cívico, de dias ou semanas, mas um protesto continuado, como reação de fundo ao abuso de riqueza e dominação dos senhores da economia privada americana. Aflorou na dita Praça da Liberdade -antigo parque Zuccotti -, ao lado das sedes do império financeiro, para uma longa resistência. Não há que confiar, apenas, numa onda de rejeição a Wall Street que volte à normalidade nas calçadas de Manhattan. É o que marca a logística da criação de cozinhas, de zonas de conforto e acampamentos sólidos. O OWS não é o resultado de um grupo conhecido de radicais, mas da confluência de vários inconformados de muitas áreas do país. Manteve, todos os dias, uma assembleia geral no debate das diferenças na visão da crise. Avulta o balanço do crescente desemprego, no depoimento das suas vítimas. E, sobretudo, o seu contraste com o que deveria ser o desenvolvimento social, frente ao volume do auxílio bancário pela presidência Obama. 

  • Politicagens

    O Globo, em 25/11/2011

    O secretário-geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, utilizando-se, sem dar o devido crédito, de uma definição do deputado Miro Teixeira, do PDT do Rio, avisou publicamente que estamos em um regime presidencialista, e, portanto, quem nomeia e demite ministros é a presidente Dilma Rousseff.

  • Sonho adiado

    O Globo, em 24/11/2011

    O governo adiou para o próximo ano o projeto de manter o PIB potencial do país em torno de 5%, dando por inviabilizado o objetivo para este ano, quando retornaremos a uma média que tem caracterizado nosso crescimento nos últimos anos, em torno de 3%. Estamos vivendo um ano pós-eleitoral, que, após um crescimento forte, tradicionalmente é marcado por inflação em alta, em consequência do aumento do gasto público, que leva o desemprego a diminuir e o PIB a crescer nesses períodos.

  • As consequências

    O Globo, em 23/11/2011

    O acidente na exploração do petróleo na costa do Estado do Rio provocado por uma das maiores companhias petrolíferas do mundo, a americana Chevron, reacende a discussão sobre a distribuição dos royalties e participações especiais da exploração do petróleo.