
A dura realidade
[2]RIO DE JANEIRO - O Instituto Mundial de Pesquisa sobre a Economia do Desenvolvimento, entidade ligada à ONU, revelou na semana passada que mais da metade da riqueza mundial está nas mãos de apenas 2% da população.
RIO DE JANEIRO - O Instituto Mundial de Pesquisa sobre a Economia do Desenvolvimento, entidade ligada à ONU, revelou na semana passada que mais da metade da riqueza mundial está nas mãos de apenas 2% da população.
Este verão, por enquanto, tem estado a cara das eleições. Muito chato e chuvoso, sem que nada de importante pareça0 estar acontecendo. Para o presidente, por exemplo, o ano já acabou e, portanto, presumo eu, só se deve esperar que ele trabalhe a partir do começo do ano que vem, ou seja, depois da Semana Santa. Mas isso, infelizmente, não pode acontecer com outras atividades não tão propícias ao lazer criativo quanto o bom governar. Não ficaria bem, por exemplo, que este jornal saísse hoje com vários espaços em branco, pedindo desculpas aos queridos leitores por não ter acontecido nada no dia anterior e com um editorial frisando que a direção não sabia de nada, não vira nada e nem sequer examinaria o jornal depois de impresso.
Não posso entrar
RIO DE JANEIRO - Alguns leitores reclamam do cronista que usa o nobre espaço de um jornal para textos que nada têm a ver com a realidade e com o momento. Falando francamente, eu também me estranho e por mais que me estranhe, fico na minha.Não tenho saco para acompanhar com argúcia e interesse pessoal os fatos e fastos da política nacional, da nossa economia e da situação internacional. De vez em quando abordo um tema relativo a esses departamentos, que afinal, de certa forma fazem parte do meu cotidiano.O atentado ao WTC me espantou, a invasão do Iraque me irritou, o Brasil na Copa do Mundo me decepcionou. Foram acontecimentos abordados à exaustão por todos os jornais e jornalistas, cada qual com sua visão particular, inclusive a minha.Para dar exemplos: não tenho qualquer interesse em saber quem vai ser ministro disso ou daquilo, não torço por nenhum candidato e nenhum partido.Sou minimamente patriota para admitir que torço compulsoriamente pelo Brasil, pela paz universal, mas de tanto quebrar a cara, não o faço com arroubo e persistência.Ontem pela manhã vi um barco solitário na Lagoa. Os remos encharcados refletiam o sol da manhã. Um espetáculo bonito em sua banalidade, logo me deu vontade de escrever sobre barcos de remos encharcados de água e de sol.
Leio nos jornais que o governo planeja diminuir a verba destinada à Saúde. Concretizada a medida, serão R$ 2 bilhões a menos no ano que vem. Da verba que sobrar, serão descontados os recursos destinados ao Bolsa Família, que será considerado investimento na área da saúde.
RIO DE JANEIRO - Começam a aparecer os números relativos às doações aos partidos durante a campanha eleitoral.
RIO DE JANEIRO - Os entendidos garantem que o tempo mais feliz dos políticos que chegam a um cargo executivo é o período que vai da eleição aos primeiros dias de governo. Acredito que o Lula esteja vivendo este oásis de forma até dupla, uma vez que termina um mandato e está para começar outro.
O repúdio popular entrevisto à visita do papa à Turquia põe em causa o temor expresso pela Comissão de Alto Nível das Nações Unidas, recém-reunida em Istambul, quanto à irrupção em nossos dias de uma crescente "guerra de religiões". É conflito brotado do inconsciente coletivo, em que explode no mundo islâmico uma percepção tardia dos limites a que chegou a dominação ocidental. E tal até uma verdadeira expropriação de sua identidade pela modernização e controle tecnológico e econômico da sua vida coletiva.
RIO DE JANEIRO - Antigamente, na geração anterior à minha, era moda cultivada entre as gentes: o indagar-se. No encontro de intelectuais com o papa, em 1981, aqui no Rio, Alceu Amoroso Lima contou que, em Veneza, em 1913, sentado no bar do hotel Danieli, teve uma dessas crises e por pouco não ia cometendo suicídio.
O estudo e a análise das religiões que nos vieram da África dispõem hoje de uma vasta biblioteca. Desde que, em 1905, Nina Rodrigues publicou seu livro "Africanos no Brasil", o assunto passou a ser discutido de vários ângulos, não só em livros de pessoas que freqüentam sessões de cultos afro-brasileiros, mas também no meio acadêmico, inclusive através de estudos de idiomas - como o iorubá, o grunsi, os da região banto, entre outros.
Ludovico dos Santos viveu, até aos 30 anos, sem dar importância ao nome. Nem ao azar: tudo de ruim lhe acontecia, sufocações na primeira infância, erisipela na mocidade, mau hálito permanente, falta de dinheiro crônica, feiúra quase absoluta e absoluta burrice para aprender qualquer coisa, com exceção da nobre arte de sobreviver a tantas e tamanhas dificuldades. Aos 31 anos, descobriu que o nome (Ludovico) talvez fosse o culpado de tudo. E decidiu mudá-lo, avisando a seus inimigos (não tinha amigos) e credores (mas tinha dívidas) que, a partir de tal dia e tal hora, ele mudaria de nome e só atenderia aos que o chamassem de Castelar. Ninguém reclamou. Mas por que não adotava nome mais simples como Jorge, ou para ficar na letra "ele", Luiz? Uma semana depois de ter adotado o nome de Castelar, ele arranjou uma namorada que gostou exatamente de seu nome. Era uma professora primária, passada na vida e nas amarguras, fora casada com um despachante aduaneiro, abortara três vezes, parira outras tantas, e aos 36 anos começara a sofrer de furor uterino. Castelar apaixonou-se por ela e vice-versa. Tiveram um filho que justo se chamou Vice-Versa. Castelar chegou a prosperar na profissão, pois não tinha profissão alguma e com a mulher trabalhando por ele sobrava-lhe mais tempo para nada fazer. Um dia, Castelar encontrou a mulher com um cara chamado Ludovico. Usava argolas nas orelhas, pintava o corpo com uma resina vermelha, era cabeludo e tocava flauta. Ela se apaixonou por Ludovico - e Castelar descobriu que o culpado de suas desditas não era o Ludovico, nome que portara durante tantos anos. Decidiu mudar de nome outra vez, mas já se habituara com o Castelar. Em dúvida, ficou com os dois, ou seja, com o Castelar e o Ludovico.
RIO DE JANEIRO - Em 19 de junho de 1915, no saguão do "Jornal do Commercio", na esquina mais nobre do Rio de Janeiro (rua do Ouvidor com avenida Rio Branco), o jornalista Gilberto Amado matou o poeta Annibal Theophilo.
No dia seguinte ao 31 de março de 1964, dirigi-me à Prefeitura de Porto Alegre. Como muitos jovens, estava abalado com a notícia do golpe; e, como muitos, pensava em resistir, e achei que o pessoal estaria se reunindo na prefeitura.
O Oriente Médio toma uma direção nunca esperada por nenhum dos planejadores da Guerra do Iraque. Até hoje ninguém sabe exatamente as motivações que levaram ao conflito. Bush justificou-as como a necessidade de uma guerra contra o terrorismo, a existência de armas de destruição em massa, químicas, atômicas ou seja lá o que fosse. Essa versão não resistiu dois meses e restou a de que era mesmo uma birra de família porque - expressão do presidente dos EUA - "Saddam quis matar papai". A doutrina Rumsfeld da guerra preventiva também ruiu por terra porque, se a versão da existência das armas não era verdadeira, a tal prevenção também não era.
Não sou pela correta grafia das palavras nem pela gramática correta; ambas são convenções
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