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Artigos

  • O diabo e Deus entre nós

    RIO DE JANEIRO - Em princípio, não tenho nada contra ou a favor da visita de Bush ao Brasil. São etapas rotineiras das relações públicas dos chefes de governo que, em geral, nada representam. A agenda dos assuntos é fabricada pelos escalões técnicos, e dificilmente o encontro de dois presidentes muda o rumo dos acontecimentos de um país ou de outro.

  • Gerardo Mello Mourão

    Na última sexta-feira, morreu aqui no Rio um dos homens mais inteligentes e cultos que conheci no tumultuado universo das letras. Gerardo Melo Mourão teve biografia acidentada e obra mais que consagrada, chegou a ser indicado por intelectuais franceses e italianos para o prêmio Nobel.

  • Pecado Capital

    RIO DE JANEIRO - Na homenagem a Oscar Niemeyer, que está completando 100 anos, em sessão solene na Academia Brasileira de Letras, foi lido um texto do próprio Oscar em que ele conta o espanto de Darcy Ribeiro, antropólogo e acadêmico, que organizou um debate sobre o índio brasileiro. Darcy convidou um deles, que era seu amigo, e ficou admirado do silêncio mantido pelo índio durante as duas horas do encontro. Interpelou o amigo: "Você aí, não fala nada?". O índio respondeu: "Estou com preguiça".

  • Aprende-se menos

    O que tem a ver a política tributária com a educação? A nosso ver, tudo. Educação e Desenvolvimento são expressões geminadas. A segunda é uma variável dependente da primeira. Para que haja o progresso deve-se tornar realidade o elenco de reformas pretendidas, mas ainda distantes, como a tributária, a previdenciária, a agrária, a sindical-trabalhista, a educacional (projeto encroado no Congresso Nacional), a constitucional, a política, a administrativa, a judiciária, etc.

  • O Papa, enfim, em terra sua

    O Papa vem ao Brasil no primeiro grande gesto de integração do continente à sua visão do pastor, nesses tempos da secularização e da "cultura do medo". Ratzinger tem toda visão crítica do que seja este universo, de após a queda das torres; do terrorismo desencadeado e anônimo e de uma possível e nova guerra de religiões. Bento XVI enfrenta um mundo de contrastes com o da Igreja do espetáculo, do consenso de João Paulo II. Sua morte transformou-se num verdadeiro sacramental, talvez, de um primeiro e talvez derradeiro encontro em que a humanidade mostrou a sua face de esperança e reconciliação.

  • Opinião: O Ponto G e o QiQi

    Não sei por que tanta celeuma sobre a espontaneidade do nosso presidente em revelar que "todos gostam de sexo" e que as relações com os Estados Unidos esperam o Ponto G. Os que censuram estas franquezas lembrem-se da história do Brasil começando no texto de Pero Vaz de Caminha, a famosa Carta, onde ele descreve as índias nuas e vai logo dizendo que elas "nem fazem caso de encobrir suas vergonhas (…) tão altas e cerradinhas". Nem esconde que todo mundo não queria outra coisa senão ver as maravilhas, que "nós muito bem olhávamos", como confessa.

  • Educação e trabalho

    As recentes revelações dos testes de avaliação da educação básica são suficientemente claras para se concluir que estamos "descendo a ladeira", em matéria de qualidade, nos últimos dez anos. Firmou-se o predomínio da escola particular, como era esperado, e mais do que nunca inferiu-se que não haverá o sonhado aperfeiçoamento sem que se atinja o ideal do tempo integral, a que se deve agregar a melhor formação dos professores e a garantia de uma remuneração decente.

  • Niemeyer: a estética da fluidez

    “O elemento básico é aquilo que glorificou a mulata brasileira: a curva. E a curva faz a festa. Não temos aqui aquelas retas rígidas, inflexíveis. O desenho de Niemeyer brinca com nosso olhar, atiça nossa imaginação. É uma arquitetura lúdica, capaz de neutralizar qualquer tentação totalitária”

  • O novo e o velho

    RIO DE JANEIRO - Mudam-se os ministros, mas o Brasil continua o mesmo. Um dos meus espantos é o da mídia dar importância ao fato de um cidadão substituir outro na escala do poder.

  • Variações sobre os direitos humanos

    A palavra “variação” indica as modulações possíveis de um tema. Foi nesta linha que Miguel Reale intitulou como “variações” muitos dos seus artigos, para, sem perder a unidade de sua reflexão, ir ampliando o repertório de suas considerações. É com este intuito que vou propor variações sobre os direitos humanos.

  • Desculpando a Abin

    RIO DE JANEIRO - Algum tempo atrás, em comentário feito na rádio CBN a respeito da Abin, citei como exemplo das falhas daquele serviço de informações oficiais do governo a certidão solicitada por uma aluna de curso de mestrado que fazia uma tese sobre minha obra de escritor.

  • A loucura de cada um

    O estado esquizofrênico, mais comum do que parece, mereceu de Elza Pádua um estudo que discute o problema da esquizofrenia social como diferente, ou não, da pessoal, tendo sido ela quem usou, pela primeira vez, em seu trabalho de doutorado, a expressão "esquizofrenia social". Talvez seu mestrado anterior em Comunicação Social haja influído em sua percepção de que, na família e na memória de um tempo, inclusive na memória de uma literatura milenar e na de uma escrita de grande influência mais recente, que foi resumida na palavra "mídia", o caso é normal.