Não estamos mais nos tempos da visita de Reagan, quando, em Brasília, pensou estar na Bolívia e não no Brasil. Décadas depois, o republicano ora na Presidência troca a distância coriácea por um claro recado quanto à visão da América Latina pelo Salão Oval hegemônico. Na abertura do século XXI estamos a léguas da venerável doutrina Monroe, que ainda negava uma convergência histórica natural do Continente, como esse Novo Mundo, frente ao poder europeu, ainda impressentida aos contrastes abissais que apresentaria a sua prosperidade. A visão de Washington se despedaça hoje entre os impasses da Alca, que só logra integrar o Continente ao norte do Canal do Panamá, os múltiplos ziguezagues do grosso da América Latina entre o Mercosul e a América Andina, a sideração chavista, e o peso do Brasil para além de todo aliancismo regional, com o seu protagonismo de nação-continente.