
A força de Eliot em português
Há 40 anos morria o poeta considerado por muitos o ponto culminante da poesia no século XX. Foi T. S. Eliot (1888-1965). Eu o chamaria de poeta mais importante de seu tempo.
Há 40 anos morria o poeta considerado por muitos o ponto culminante da poesia no século XX. Foi T. S. Eliot (1888-1965). Eu o chamaria de poeta mais importante de seu tempo.
Na semana passada, comentei que o governo federal, de forma ainda confusa, procura limpar o terreno para a reeleição de Lula em 2006. Essa limpeza de terreno, inclui, além da limpeza, a construção do próprio terreno, se é que existe construção de terreno. Na engenharia, o terreno é pré-existente, necessitando apenas de adequação à obra pretendida, estrada ou edifício. Em política, o terreno precisa ser construído, grão de terra por grão de terra, até formar uma superfície aproveitável.
Têm sido realizadas na Europa e nos Estados Unidos pesquisas de opinião, somente entre os jovens, sobre o que pensam eles do estágio atual da democracia ou, se se quiser, das democracias, pois o sistema democrático se nos apresenta sobre várias acepções.
Não deu outra. Na semana passada, comentando o aumento prometido pelo Severino aos deputados, manifestei-me a favor da medida, achando que os congressistas ganham realmente pouco - opinião que contraria a massa infanto-juvenil e moralista da população brasileira, a mídia em primeiríssimo lugar.
Todos os participantes na comemoração dos vinte anos do retorno da democracia, como a entendemos no Brasil, não estavam convencidos - é a minha suposição - de que estamos, efetivamente, num regime democrático. Basta, como exemplo, a ditadura com nome de presidencialismo do presidente da República, desde que é sua vontade que deve prevalecer; é a do presidente da Republica.
No momento em que lhes escrevo, me encontro num estado emocional e psicológico deplorável, quiçá calamitoso. Sei que vocês (nem o governo, aleluia!) não têm nada com isso e minha revelação equivale mais ou menos à que, por exemplo, faria um ator de quinta categoria ou em surto psicótico, explicando à platéia, antes do espetáculo, que sua performance, naquele dia, será inferior à do elenco de um circo falido homiziado num arraial de Cobrobó. As vaias que recebesse seriam mais que merecidas e acredito que também farei jus a vaias (linchamento eu acho um pouco de exagero, embora, na conjuntura em que vivemos, até compreensível, todos andam muito tensos) e penso seriamente em não botar os pés fora de casa neste domingo, nem que seja no interesse de preservar minha mãe de referências desairosas, pela desdita de ter parido um filho como eu.
Cena de um filme de Jacques Tati com a qual me identifico: num balneário de classe média, um executivo gordo e careca está boiando no mar, de óculos escuros para se proteger da luminosidade meridional.
As declarações do começo da semana de Berlusconi a Bush foram peremptórias. A Itália sai, de vez, da ocupação do Iraque, em conseqüência do morticínio pelas tropas americanas do policial-chefe Calpari que cobriu com seu corpo as balas disparadas contra o carro que conduzia Sgrena ao aeroporto. O reconhecimento é claro, de parte do primeiro-ministro. Não podemos mais afrontar a opinião pública que deu honras de herói nacional frente ao Tabernáculo da Pátria, em Roma, ao protetor da refém italiana. É como se na percussão direta de um repúdio de fundo da dita "Velha Europa" se partisse o último elo, ainda, do liame do continente com a cruzada irrompida pelo 11 de setembro.
Rachel de Queiroz marcou a literatura brasileira quando, com "O Quinze", entrou com todo vigor no grupo daqueles que Oswald de Andrade chamou de "os búfalos do Nordeste" -que invadiram a Semana de Arte Moderna com a temática da seca.
Tem vinte e três anos. Às vezes, parece ter menos. É magrinha, mas muito bem-feita de corpo. Mora longe, sei que dá duro para chegar ao trabalho, imagino que, quando volta para casa, às vezes tarde, indo em silêncio, no meio da noite, volta para um mundo que não é dela, nunca foi dela, nada parece mais dela, afinal, qual é a dela? Não me sinto confortável quando penso nisso: qual é a dela? A primeira constatação é simples: a dela é viver, ter direito à vida, à alegria e, a longo prazo, a um futuro.
Vem dos Estados Unidos muito do que nos interessa na área da tecnologia e muito em baboseiras, que, infelizmente, são repetidas como se fossem verdades comprovadas.
Semana passada, comentei a troca de críticas entre Lula e FHC, que não chega a ser ainda briga nem um rompimento formal. Sugeri que se desse um pau a cada um e que eles decidissem as divergências numa arena pública e com narração isenta do Galvão Bueno.
Está nas locadoras um filme com esse título de mitologia para designar Hitler e seus companheiros e pessoal burocrático da sua residência na montanha. Como sabem todos que se informam sobre os problemas do país e do mundo, uma estranha simpatia está aproximando o gângster da Segunda Grande Guerra da juventude européia. É um fenômeno que deve dar o que pensar aos dirigentes de países não só da Europa, como de outros continentes, inclusive o Brasil.