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Artigos

  • A história e suas faces

    Extra (RJ), em 31/12/2007

    Um capitão da marinha comentou com um sábio: “É perigoso transmitir uma tradição religiosa através de histórias. As pessoas podem entender o mesmo texto de maneiras diferentes”. “Graças a Deus é assim”, respondeu o sábio. “Podemos mostrar que a verdade tem muitas faces”. “Mas o senhor não teme que possam interpretar de maneira errada seus ensinamentos?”, perguntou. “Uma taça pode conter vinho, água ou leite e continuará a mesma taça. Uma história será sempre a mesma, independentemente da interpretação que tiver”, finalizou o sábio.

  • 2007

    Folha de S. Paulo (SP), em 30/12/2007

    RIO DE JANEIRO - Para muitos, já vai tarde. É a velha mania de cuspir no prato em que se comeu. Bem ou mal, o ano acaba e a maioria da humanidade continua -a menos que no último instante o fim do mundo, tão anunciado pelos profetas, realmente aconteça.

  • Lá vem ou lá foi, eis a questão

    O Globo (RJ), em 30/12/2007

    Não sei se alguém já disse isto, mas tudo neste mundo é relativo. Por exemplo, não escondo ou diminuo minha idade, embora não censure quem o faça, mas tampouco a aumento, como já foi minha prática corriqueira. Ao matutar agora, neste fim de ano que como sempre nos traz um estado de espírito diferente, lembro o tempo comoventemente patético em que, na companhia de amigos corajosos, dispensava a carteira de estudante que, em troca da meia-entrada, me denunciava a idade, para enfrentar com a bravura possível a severidade do porteiro do cinema, quando estava passando "filme impróprio". Entregava meu ingresso e me embarafustava pela passagem, antes que meu rosto imberbe e cheio de espinhas chamasse a atenção do porteiro. A maioria deles era simpática, mas havia um (não esqueço a cara dele, baixinho de bigode, hoje certamente falecido e Deus o tenha, embora eu não faça tanta questão), no antigo Cine Glória em Salvador, que me pegava sempre e que quase me fez perder a cena em que aparecia um peito de Françoise Arnoul, num filme em que ela era amante de Fernandel.

  • O amor

    Extra (RJ), em 30/12/2007

    Há momentos em que gostaríamos muito de ajudar determinada pessoa, mas não podemos fazer absolutamente nada. Ou as circunstâncias não permitem que nos aproximemos ou a pessoa está fechada para qualquer gesto de solidariedade e apoio. Então, tudo o que nos sobra é o amor. Nos momentos em que o resto é inútil, ainda podemos amar. Amar sem esperar recompensas, mudanças de atitude ou qualquer gesto de agradecimento. Se conseguirmos agir desta maneira, a energia do amor começa a transformar o universo a nossa volta. Quando esta energia aparece, sempre consegue realizar o seu trabalho. “O tempo não transforma o Homem, O poder da vontade não transforma o Homem. O poder da vontade não transforma o Homem. O amor, sim, este tem o poder de transformar o Homem.'"

  • O monumento mutante

    Correio da Bahia (BA), em 29/12/2007

    Já visitei muitos monumentos neste mundo, que procuraram imortalizar as cidades que os coloca em lugar de destaque. Homens imponentes, cujos nomes já foram esquecidos, mas que ainda permanecem montados em seus lindos cavalos. Mulheres que estendem coroas ou espadas para o céu, simbolizando vitórias que já não constam mais nem em livros escolares. Crianças solitárias e sem nome, gravadas em pedra, a inocência para sempre perdida durante as horas e dias em que foram obrigadas a posar para algum escultor que a história também esqueceu.

  • O que desejar em 2008

    Folha de S. Paulo (SP), em 28/12/2007

    O PADRE IVES D'Evreux escreveu um livro, "Voyage au Nord du Brésil" (1615), que se escondeu durante 220 anos, num único exemplar, que tinha sido oferecido a Luís 13, e dormia desconhecido na Biblioteca de Paris, onde foi descoberto por Ferdinand Denis em 1835. Recentemente, apareceu um outro exemplar da obra na New York University.

  • D. Aloísio, o pastor da justiça

    Jornal do Commercio (RJ), em 28/12/2007

    Deixou-nos D. Aloísio Lorscheider, encerrando o ciclo em que a Igreja do Brasil foi mais longe, na busca da encarnação em nosso tempo, pedida pelo Vaticano II. Foi a expressão desta mensagem “versus populo”, no trazer a esperança efetiva, concreta, aos desmunidos; no dar a voz aos sem-voz, vitimados pela violência, da tortura à fome; no entender que a injustiça pode ser estrutural e sua remoção não implica, apenas, a “boa vontade” dos homens, mas numa efetiva política de mudança que vá à própria conformação da vida coletiva.

  • O caminho dos sonhos

    Extra (RJ), em 28/12/2007

    Se o que você está percorrendo é o caminho dos seus sonhos, procure, todos os dias, se comprometer verdadeiramente com ele. Não deixe a porta de saída aberta, usando desculpas ou frases do tipo: “Ainda não é bem isto que eu estava querendo”. Esta frase – muito utilizada – guarda dentro dela a semente da derrota. Por isso, busque assumir seu caminho. Mesmo que talvez precise dar alguns passos incertos e sabendo que ainda pode fazer melhor. Se você aceitar suas possibilidades no presente, com toda certeza vai melhorar muito no futuro. Por outro lado, se negar suas limitações, jamais se verá livre delas. Daí a importância de enfrentar seu caminho com coragem e não ter medo da crítica dos outros. Mais um conselho: não se deixe paralisar por sua própria crítica. Lembre sempre de que Deus estará com você nas noites insones e enxugará com Seu amor as lágrimas ocultas. Deus é o Deus dos valentes.

  • A tese e a prática

    Folha de S. Paulo (SP), em 27/12/2007

    RIO DE JANEIRO - Respeitei, e até certo ponto admirei, a greve de fome do bispo contrário à transposição do rio São Francisco. Mas desde que ouvi falar no projeto, fui a favor dele, escrevi algumas crônicas no passado, citando inclusive as experiências bem-sucedidas nos Estados Unidos e no Egito.

  • A ignorância acelerada

    Folha Dirigida (RJ), em 27/12/2007

    Ela ainda se comove com a lembrança dos sonhos do irmão famoso. Ayrton Senna, anonimamente, enquanto vivo, fez o bem a milhares de crianças desassistidas. Depois de tragicamente roubado do nosso convívio, os seus ideais foram retomados por Viviane, psicóloga de profissão, que criou o Instituto Ayrton Senna. Já prestou assistência a quase 5 milhões de brasileiros, em vários Estados, onde a carência maior tem se manifestado.

  • Em paz com a vida

    Extra (RJ), em 27/12/2007

    Cada um tem seu modo de estar em paz com a vida. Alguns precisam de segurança, outros se entregam sem medo. O escritor americano S. Anderson sempre foi um rebelde e só conseguia escrever movido pela própria rebeldia. Seus primeiros editores, preocupados com a situação de miséria em que ele vivia, resolveram enviar um cheque mensal como adiantamento de sua próxima novela. Depois de um mês, receberam a visita do escritor, que devolveu o cheque: “Para mim, é impossível trabalhar com a segurança financeira me olhando do outro lado da mesa”.