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Artigos

  • Machado de Assis

    O Estado de S. Paulo (SP), em 16/11/2008

    O centenário do falecimento de Machado de Assis está sendo lembrado com numerosos eventos e publicações e muito especialmente por iniciativas promovidas pela Academia Brasileira de Letras, da qual foi fundador e presidente. As celebrações, no seu pluralismo e diversidade, reiteram a consagração de Machado como o paradigma do nosso autor clássico. Clássico na acepção do autor de uma obra literária de reconhecida excelência; que se projeta no tempo da vida cultural; ocupa um lugar de inequívoca primazia no cânone da nossa língua e que, transpondo a barreira da tradução, vem sendo crescentemente acolhido no plano internacional, no rol dos grandes escritores da literatura ocidental.

  • Machado e a educação

    A Gazeta (ES), em 14/11/2008

    Machado de Assis foi a atração literária do ano. Sua vida e a vasta e musculosa obra serviram de pretexto para aulas, seminários, conferências e artigos. Como nunca houve antes neste país. A exposição na Academia Brasileira de Letras reuniu milhares de estudantes em visitas guiadas sem precedentes. É pertinente, por isso mesmo, um comentário sobre as ilações pedagógicas da obra do "bruxo do Cosme Velho". De propósito ou sem querer, a verdade é que a educação apareceu muito, até mesmo nas ironias do escritor carioca, que, se reportando a uma aula na escola pública que freqüentou, viajou com o pensamento nas asas de um papagaio de papel, enquanto a gramática era deixada em segundo plano. Nem por isso a sua escrita deixou de ser impecável, anos mais tarde.

  • Ação, reflexão, romance e cinema

    Folha de S. Paulo (SP), em 14/11/2008

    O GÊNERO romance tem duas vertentes básicas: a ação e a reflexão. Nada impede que o romance de ação contenha reflexão ("Guerra e Paz", "O Vermelho e o Negro", quase toda a obra de Zola, Balzac, Hemingway etc.). E também não impede que o romance de reflexão tenha ação "Gulliver", "Montanha Mágica", quase todo o Machado de Assis, quase toda a ficção de Sartre, Camus etc.).

  • A contraditória democracia asiática

    Jornal do Commercio (RJ), em 14/11/2008

    A crise pré-apocalíptica do sistema financeiro só tornou crucial a importância dos países emergentes na construção de um novo equilíbrio internacional, implicando à plena convivência com os dois colossos asiáticos, a China e a Índia. É o que exige, a prazo urgente, a reormulação do que sejam G-8s ou G-20s, na construção de um mundo que se deu conta do colapso final do capitalismo do após guerra e de Bretton Woods. Mas o que nesta ampla revisão de modelos globais importa é a revisão do contraponto político e econômico de um quadro de mudança, expresso pela esperada convergência entre desenvolvimento e democracia.

  • Obama condenado à grandeza

    Jornal do Brasil (RJ), em 12/11/2008

    A vitória de Obama respondeu ao melhor da estupefação internacional. Não que ultrapassasse o esperado, mas exatamente por, ao permiti-lo, realizar-se a experiência inédita de oferecer uma alternativa à realidade de nosso tempo. Não há que buscar paralelos anteriores, na história do Ocidente, do sucesso da democracia como instituição, consagrando uma liderança nascida estritamente da observância das regras do jogo, e do que alcance uma consciência popular determinada. Mostrou o que pode a vontade política, como mudança de um processo social, seus preconceitos, seus medos, seus conformismos, sua esperta realpolitik.

  • Goiabada

    Jornal do Commercio (RJ), em 11/11/2008

    Goiabada tinha cara de goiabada mesmo. Fica difícil explicar o que seja uma cara de goiabada, mas qualquer pessoa que se defrontava com ele, mesmo que nada dissesse, constataria em foro íntimo que Goiabada tinha cara de goiabada.

  • Pessoas eminentes

    Tribuna da Imprensa (RJ), em 11/11/2008

    Numa façanha literária capaz de fornecer elementos para a compreensão de todo um período de nossa história, o jornalista e analista internacional João Lins de Albuquerque conversou com cinqüenta pessoas eminentes nos mais diversos setores mundiais de atividade nos Séculos XX e XXI.

  • A glória do mix

    Zero Hora (RS), em 11/11/2008

    Quero chamar a atenção de vocês para três recentes acontecimentos: o centenário da morte de Machado de Assis, a vitória de Barack Obama e a exposição que, inaugurada no Santander Cultural aqui em Porto Alegre, fala-nos da vida e da obra deste original pensador brasileiro que foi Gilberto Freyre, falecido há exatos 20 anos.

  • Queixas de médicos

    Zero Hora (RS), em 08/11/2008

    Recebi, via internet (esta verdadeira caixa de ressonância da nossa cultura), um curioso texto intitulado “Como enlouquecer um médico em 12 lições”. Contém coisas do tipo: “Comece a consulta reclamando da demora, mesmo que tenha sido atendido rapidamente. Depois, diga ao médico que ele é o 13º que você procura e que você só quer mais uma opinião, pois não confia muito em médico. Diga também aquela frase clássica: ‘Cada médico fala uma coisa’”. E: “Nunca responda diretamente às perguntas. Caso ele pergunte se você teve febre, diga que teve tosse. Conte tudo detalhadamente, começando, se possível, desde quando você ainda era criança”. Ou ainda: “Leve sempre três crianças com você (nem precisam ser seus filhos), especialmente aquelas que mexem em tudo, sobem nos móveis, ficam fazendo perguntas no meio da consulta. Combine previamente com uma delas para quebrar o termômetro do médico”.

  • Banco Imobiliário

    Jornal do Commercio (RJ), em 06/11/2008

    Não sei se ainda existe, mas sou do tempo em que havia um joguinho de dados chamado Banco Imobiliário. Distribuíam-se notas simbólicas de dinheiro entre cinco ou seis participantes e cada um ia atirando os dados num tabuleiro onde estavam marcados os hospitais, escolas, hotéis, restaurantes, usinas, ferrovias, aeroportos, navios, minas disso e daquilo etc.

  • O poeta das Gálias

    Jornal do Commercio (RJ), em 04/11/2008

    Comparado ao Império Romano em seus tempos de glória, os Estados Unidos mudam hoje o comando da guarda e o resto do mundo acompanha com interesse (ou preocupação) o novo esquema de poder que de certa forma contaminará a economia mundial. Tal como no tempo dos imperadores de Roma, havia e há províncias esparsas que contestavam e contestam o poder e a glória dos Césares de plantão.

  • A ilha na vanguarda

    O Globo (RJ), em 02/11/2008

    Neste belo domingo de sol etc. etc., ia começando outra vez, mas me bateu algo que tenho de dizer antes, praticamente por uma questão de educação. Muita gente, notadamente alguns estrangeiros que vivem no Brasil e lêem português bem, ficou baratinada com os dois primeiros parágrafos da coluna passada. Desculpem, por favor, sobretudo os que tomaram tranqüilizantes achando que a Imprensa brasileira estava sendo inopinadamente ocupada por loucos e os que se encontram com a musculatura dolorida por levarem aquilo excessivamente a sério e terem levantado dicionários em demasia, mesmo em dia de exercício. O marido holandês de uma amiga nossa teve um princípio de crise nervosa e minha irmã me telefonou da Bahia querendo o número de meu psiquiatra e perguntando se eu já considerara a hipótese de ter recebido um caboclo ou coisa assim - o que, aliás, me levou a indagar se ela estava me estranhando, pois que eu não recebo nem nunca recebi nada, nem no concreto nem no figurado, é bom deixar isto bem claro. Desculpem, não torno a outra, embora, baiano sendo, não possa garantir, já que a baianada vive tomando intimidades descabidas com a língua.

  • O preço da democracia

    Folha de S. Paulo (SP), em 02/11/2008

    RIO DE JANEIRO - Não me dei ao respeito de acompanhar a complicada e dispendiosa sucessão presidencial dos Estados Unidos. Ao contrário da mídia internacional, que se empolgou desde cedo com a possibilidade do candidato Obama sair vitorioso na próxima terça-feira, preferi ficar na minha, com ocupações e preocupações de um alienado assumido.

  • Quando o Rio cresce é bom para todos

    Jornal do Brasil (RJ), em 01/11/2008

    Desde que houve a fusão do Estado do Rio de Janeiro com o antigo Estado da Guanabara, sempre foi tema, nas discussões entre empresários, o chamado esvaziamento econômico. A idéia, que não foi submetida a plebiscito, teria prejudicado sobretudo a capital, cujos impostos deveriam ser, a partir de então, repartidos com a pobreza fluminense, apesar dos seus bolsões de progresso.

  • A difícil volta

    Jornal do Brasil (RJ), em 31/10/2008

    FOI LORDE Callaghan, então primeiro-ministro britânico, quem, questionado por jornalistas sobre a crise provocada pelas greves e agitações sociais que varriam o país em 1979, primeiro respondeu com outra pergunta: ‘Crise? Que crise?’. É que, quando elas aparecem, vêm de mansinho e só são visíveis quando se instalam.A Grande Depressão, marcada pela crise da Bolsa de Nova York em 1929, só alcançou seu ponto mais dramático em 1933. O Brasil, naquele tempo, tinha uma vulnerabilidade total, pois toda nossa economia girava em torno do café, responsável por 70% de nossas exportações. O seu impacto sobre o país abriu caminho para que a Revolução de 30, que estava germinando, eclodisse de uma vez logo em seguida.