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Artigos

  • Evitando a ressaca

    Zero Hora (RS), em 27/12/2008

    A melhor maneira de evitar a ressaca é não beber ou beber com moderação. Quem o diz não é o autor destas linhas, abstêmio por opção, mas sim um exaustivo estudo publicado no British Medical Journal. Os autores examinaram centenas de formas de tratamento supostamente eficazes no controle dos sintomas da bebida, chegando a esta conclusão: nenhum deles resolve o problema. Que, no entanto, tem de ser enfrentado, sobretudo nesta época do ano em que o consumo de álcool aumenta substancialmente – e assim também a ressaca. A palavra, aliás, tem dois sentidos: designa o movimento agitado das ondas (e por isso Machado de Assis falou nos “olhos de ressaca”, de Capitu) e os sintomas que se seguem à ingestão excessiva de álcool.

  • Quem inventou a prosperidade?

    Folha de S. Paulo (SP), em 26/12/2008

    O ANO podia ter sido pior -aliás, tudo nesta vida e na outra podia ser pior.Sempre impliquei com o lugar-comum que obriga a humanidade a maldizer o ano que passou e a bajular o ano que chega, desejando-o próspero. A verdade é que todos os anos que já maldizemos, íntima ou publicamente, todos os anos que ficamos aflitos em vê-los para trás, todos esses anos - repito - foram prósperos no início e acabaram malditos, como os demais. Quem inventou essa prosperidade?

  • Que venha um ano bom

    Folha de S. Paulo (SP), em 26/12/2008

    ANO VELHO , ano novo. De viver, vive-se com a invenção do tempo. Escrever sobre estas festas e estado de espírito é coisa difícil, a começar pela exigência dos gramáticos. Ano-Novo, com maiúscula e hífen, é o champanhe se abrindo, a festa da passagem. Já ano novo, tudo minúsculo, são todos os dias do novo ano. Por isso é correto dizer bom Ano-Novo e feliz ano novo. De um jeito ou de outro, queremos um 2009 de progresso, tranqüilidade e paz, dando graças por ter vivido o ano de 2008. Paz para Guido Mantega, tranqüilidade para o Meirelles e o progresso fica mesmo para o presidente Lula. Mas não é isso que as cassandras andam berrando no mundo todo.

  • O futuro da política (2)

    Jornal do Commercio (PE), em 25/12/2008

    A reforma política que interessa ao País transcende o universo de normas jurídicas, disposições legais e atos normativos que regulam os pleitos do segundo maior colégio eleitoral do mundo ocidental. Ela deve ser bem mais abrangente. Refiro-me, em especial, às instituições políticas, ao relacionamento entre os poderes do Estado, à organização federativa e, sobretudo, às práticas que constituem a nossa cultura política – velha de 500 anos – desde que aqui aportaram as estruturas do poder colonial, sob o qual vivemos por mais de três desses cinco séculos.

  • Chávez e o obsceno desejo de poder

    Jornal do Brasil (RJ), em 24/12/2008

    A chegada de Lula a um patamar de 80% de popularidade, em meios do segundo governo, mostra as surpresas, ou as desleituras do avanço de um regime genuinamente democrático. Independente do PT, nas desgraças do mensalão, ou da emergência de um aparelho no situacionismo, o sucesso do Planalto aponta mais que a um momento, ou a uma lua-de-mel política, a uma convicção cívica e à consciência da nossa mudança.

  • “Olha a crise!”

    Jornal do Commercio (RJ), em 23/12/2008

    Um desocupado contou e colocou na internet um dado inquietante: nos últimos tempos, a palavra “crise” é a mais repetida em jornais e revistas de todas as partes do mundo. Não sei como ele chegou a esta inútil descoberta, mas dou-lhe razão: todos falam na crise e a evocam para justificar isso ou aquilo.

  • Comadre Janete

    Diário de Pernambuco (PE), em 23/12/2008

    O tema tinha que ser cabeça. A última conversa que tive com Janete foi ler o seu prefácio para o livro de Odette Eid, Minhas cabeças. É um texto dialogal. Explícito na percepção e no bom gosto.

  • O repto da mega universidade privada

    Jornal do Commercio (RJ), em 22/12/2008

    A expansão universitária brasileira entra, a partir do ano próximo, numa nova fase de organização de sua política pública, vinculada à avaliação do setor privado e, de vez, à garantia de sua qualidade, nesta atividade crítica do nosso desenvolvimento. O setor hoje responde por 75% dessa oferta, e se desdobra em diversas categorias de atores desse serviço. Dos comunitários e confessionais, à iniciativa privada propriamente dita, por sua vez ligada à característica filantrópica e, de fato, e de vez, à empresarial cometida à obtenção de lucros, no quadro da garantia constitucional do modelo econômico brasileiro.

  • O algodão em Melbourne

    Folha de S. Paulo (SP), em 21/12/2008

    RIO DE JANEIRO - Com o advento da internet, ele pensou que ficaria livre de uma das coisas que mais o chateavam: a leitura dos jornais. Por motivos profissionais, era obrigado a ler diariamente pelo menos quatro deles, além de revistas semanais e mensais. Estava cheio.

  • Somos todos ladrões?

    O Globo (RJ), em 21/12/2008

    Não, sério mesmo, somos todos ladrões? Gostamos muito de criticar “o brasileiro”, como se não fôssemos brasileiros também. Mas somos e, portanto, o certo não é perguntar se o brasileiro é ladrão, mas se podemos ser descritos como um povo constituído basicamente de larápios, aí compreendidos os corruptos de toda sorte, até mesmo os que recebem um “por fora” com a expressão honrada de que não estão fazendo nada de errado, estão fazendo o que há séculos vem sendo feito. Foi a primeira coisa, por exemplo, que o presidente Lula disse, quando começou a revelação de irregularidades no financiamento de sua campanha política – é assim que sempre se fez neste país.

  • Um pedido ao Papai Noel

    Zero Hora (RS), em 21/12/2008

    As crianças vêem o Papai Noel como um velhinho simpático, bonachão, que aparece uma vez por ano trazendo presentes. Um adulto, se acreditasse em Papai Noel, pensaria de outra maneira. Pensaria no Papai Noel como uma figura real, claro, porque adultos de há muito deixaram para trás a imaginação infantil. E isso geraria muitas perguntas. É casado, o Papai Noel? Se é casado, por que a mulher dele nunca aparece? E como será a mulher dele? Uma mulher simpática, bonachona, dadivosa, uma verdadeira Mamãe Noel, ou quem sabe é uma megera, sempre disposta a brigar com o marido e a acusá-lo (“Não me venha com essa história que você passou a noite entregando brinquedos, que eu não acredito”)? E filhos? Será que o Papai Noel tem filhos? E como será que esses filhos o vêem? Será que também o acusam, com frases tipo: “Meu pai se interessa por todos os filhos, menos por nós”?. E a vida cotidiana do Papai Noel, de que maneira transcorre? Diz a lenda que ele tem uma gigantesca fábrica de brinquedos no Pólo Norte. Se isso é verdade, como está enfrentando a crise? Está mantendo a produção, ou vai dar férias coletivas para os empregados? E como será o seu relacionamento com o sindicato da categoria? O que tem a dizer sobre a redução do IPI?

  • Alcance e significado da Declaração Universal

    O Estado de S. Paulo (SP), em 21/12/2008

    A Declaração Universal dos Direitos Humanos, proclamada pela Assembléia-Geral da ONU em 10 de dezembro de 1948, é um evento histórico inaugural. Representa uma inovadora concepção da organização da vida mundial. Aponta os rumos da conformação de um sistema internacional que transcende as tradicionais normas do Direito Internacional interestatal ao reconhecer o valor próprio da dignidade humana. É um desdobramento jurídico da Carta da ONU, voltado para a construção de um sistema internacional não só de Estados igualmente soberanos, mas de indivíduos livres e iguais. É o primeiro texto de alcance internacional que trata de maneira abrangente da importância dos direitos humanos na arquitetura da ordem mundial. É, assim, um marco histórico na afirmação da plataforma emancipatória representada pela promoção dos direitos humanos, tanto como critério organizador e humanizador da vida coletiva em escala planetária quanto como caminho propiciador da conduta pacífica dos Estados.

  • Sonho de Natal

    O Estado do Maranhão (MA), em 21/12/2008

    O calendário marcado pelos dias gloriosos do ano e a vida cotidiana ajudam os cronistas. Como fugir dos sinos do Natal, que têm os sons das lembranças de todos os Natais, tanto quanto a nossa vida? São memórias que vão desde a infância, nas sombras cinzas das lembranças daquele interior perdido nos campos verdes do Maranhão, quando íamos à igreja louvar o nascimento do Filho de Deus, cujas sandálias João Batista dizia ser indigno de desatar, até a madurez da reza em comum com a família, lendo o Evangelho de São Marcos, que descreve o que aconteceu na manjedoura de Belém.

  • Desemprego e doença

    Zero Hora (RS), em 20/12/2008

    Um quarto dos brasileiros afirma que saúde é o principal problema nacional, revela recente pesquisa Datafolha. Em segundo lugar está o desemprego, citado por 18% dos entrevistados, mas chegando a 23% entre os que têm entre 16 e 24 anos. O pior é que os dois problemas podem se combinar. É impressionante a massa de dados mostrando, de maneira inequívoca, que a perda do trabalho regular faz mal, muito mal, à saúde.

  • Madonna e a Cabala

    Correio Braziliense (DF), em 19/12/2008

    Apesar da crise, um fim-de-ano para ninguém botar defeito: Ronaldo no Corinthians, Roberto Carlos e Rita Lee juntos no palco e, claro, Madonna, uma turnê mais esperada que a de Frank Sinatra, que durante anos prometeu vir ao Brasil (e no final veio mesmo). É a glória dos veteranos, sobretudo a glória de Madonna que, aos 50 anos, não cessa de surpreender os fãs. Isto aconteceu inclusive quando ela aderiu à Cabala, corrente mística judaica que inclui uma peculiar concepção do universo e uma curiosa numerologia, baseada no fato de que, no hebraico antigo, havia uma correspondência entre letras e números. Assim, o número 18 era um número da sorte porque corresponde às letras que formam a palavra “hai”, vida.