Portuguese English French German Italian Russian Spanish
Início > Noticias > ABL na mídia - G1 - Cícero Sandroni, jornalista e escritor, morre no Rio aos 90 anos

ABL na mídia - G1 - Cícero Sandroni, jornalista e escritor, morre no Rio aos 90 anos

 

Morreu na manhã desta terça-feira (17), aos 90 anos, o jornalista e escritor Cícero Sandroni, membro da Academia Brasileira de Letras (ABL). Ele ocupava a cadeira de número 6 da Casa.

Segundo a ABL, Sandroni teve choque séptico causado por infecção urinária e morreu em casa, no Cosme Velho, na Zona Sul do Rio de Janeiro. O corpo do escritor será velado na IBL nesta quarta (18).

Cícero tomou posse como presidente da ABL em 13 de dezembro de 2007, eleito pela unanimidade dos seus pares e comandou a instituição entre 2008 e 2009.

O jornalista começou a carreira em 1954, na ‘Tribuna da Imprensa’, e passou pelo ‘Correio da Manhã’, ‘Jornal do Brasil’, e ‘ O Globo’, onde se destacou pela cobertura da área de política exterior. Uma delas foi a a primeira visita de Nikita Kruschev à ONU.

O jornalista era casado com Laura Constância de Athayde Sandroni. Ele deixa 5 filhos: Carlos, Clara, Eduardo, Luciana e Paula, e um neto, Pedro.

Carreira

Durante o regime militar, Cícero voltou a trabalhou na ‘Tribuna da Imprensa’, e no ‘O Cruzeiro’. Também fundou, com Odylo Filho, Álvaro Pacheco e o diplomata Pedro Penner da Cunha, uma empresa gráfica de onde saíram as duas primeiras edições da revista de contos ‘Ficção’.

Em 1965, participou de conferência de jornalistas em Bonn, na Alemanha, que resultou na criação da agência internacional de notícias ‘Interpress Service’, da qual foi diretor no Brasil. Naquele mesmo ano, retornou ao ‘Correio da Manhã’, onde escreveu a coluna diária ‘Quatro Cantos!’, de oposição ao governo militar.

Cícero também fundou a Edinova, com Pedro Penner, editora pioneira na literatura latino-americana. Ele também foi editor das revistas ‘Fatos e Fotos’, ‘Manchete’ e ‘Tendência’. Cícero também fez colaborações para a revista ‘Elle’ e com resenhas literárias no ‘O Globo’.

Em 1976, lançou novamente a revista ‘Ficção’, com Fausto Cunha, Salim Miguel, Eglê Malheiros e Laura Sandroni. Na segunda fase, em 44 edições, a revista publicou mais de 500 autores brasileiros. Naquele mesmo ano coordenou, com outros escritores, um manifesto contra a censura aos livros, assinado por mais de 1.000 intelectuais brasileiros, conhecido como o Manifesto dos Mil.

Publicado na imprensa, o documento impediu a continuação da censura aos livros, que proibira a circulação de mais de 400 títulos de autores brasileiros e estrangeiros.

Em 1991 fundou, para a Prefeitura do Rio de Janeiro, o mensário literário RioArtes, o qual dirigiu até ser convidado, em fins de 1992, para dirigir o Departamento de Ação Cultural (DAC) da entidade.

Editor de cultura e opinião do ‘Jornal do Commercio’ em 1995, afastou-se no ano seguinte para escrever, com Laura Sandroni, a biografia de Austregésilo de Athayde. Voltou ao ‘Jornal do Commercio’ em 2000, como diretor-adjunto da redação e participou da reforma gráfica que modernizou o jornal. Criou o suplemento cultural artes e espetáculos e deixou a redação em agosto de 2003 para escrever a história do ‘Jornal do Commercio’.

Ele também fez parte de júris de importantes prêmios jornalísticos, como o Prêmio Esso.

Matéria na íntegra: https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/noticia/2025/06/17/morre-cicero-sandroni.ghtml

18/06/2025