
O acordo é uma chuchadeira
RIO - Antes de mais nada, devo explicar que o título deste artigo não tem nada a ver com a apresentadora Xuxa, que vi nascer como artista na TV Manchete e hoje brilha na TV Globo. Tenho saudades do Clube da criança.
RIO - Antes de mais nada, devo explicar que o título deste artigo não tem nada a ver com a apresentadora Xuxa, que vi nascer como artista na TV Manchete e hoje brilha na TV Globo. Tenho saudades do Clube da criança.
Acordei com um barulho danado em cima de mim. Custei a entender o que era. Aos poucos identifiquei o ruído típico das pás de um helicóptero, que antigamente se chamava “autogiro”, nome mais fácil de entender e menos complicado. Não seria a primeira vez. Voava baixo, na certa estaria procurando traficantes na ladeira dos Tabajaras ou no morro dos Cabritos, onde estão nascendo duas favelas.
A reforma política entrou na pauta do Congresso Nacional na década de 80 do século passado e nela permanece até hoje. Duas questões envolvem esse tema. O primeiro é delimitar o que se entende por reforma política e quais as razões que nos levam a confundi-la com uma reforma eleitoral. O segundo é o que justifica uma reforma, seja política, seja eleitoral.
Seria uma incoerência do Ministro Fernando Haddad se ele quisesse reformar o ensino médio, de tantos furos, e deixar intacto o vestibular, de tantas queixas de professores e alunos. Sou do tempo em que, para entrar na Faculdade, era preciso também fazer prova oral, com o ponto sorteado na hora, diante de uma banca em geral carrancuda. A massificação acabou com isso e trouxe à tona duas pragas: a prática da “decoreba” e os testes de múltipla escolha, estes depois atenuados quando se passou a exigir também uma prova de redação dos candidatos.
Eram muitos, estavam em todas as partes, usavam uma farda meio esculhambada, um quepe maior do que a cabeça, pareciam carteiros fatigados e tristes, levando uma bandeirinha amarela e uma espécie de regador com creolina para desinfetar possíveis focos de mosquitos. Para os editoriais da grande imprensa, eram “os valorosos soldados de Oswaldo Cruz”. No dia a dia e no dia-a-dia das ruas e das gentes, eram os mata-mosquitos – com hífen ou sem hífen, dava no mesmo.
Meu primeiro emprego foi em redação de jornal e, no dia-a-dia da imprensa, já fui desde repórter (esforçado, mas ruim) a chefe de redação (não tão esforçado, nem tão bom). Bom mesmo, ou pelo menos mediano, acho que só como copidesque, no legendário tempo dos copidesques e seus desafios himalaicos, tais como botar em meia lauda o essencial de uma conferência de duas horas – não tenho muita saudade. E editorialista, creio que razoável. Mas o pouco brilho de minha carreira não impediu que tenha vivido praticamente todo tipo de situação por que pode passar a imprensa em geral e um seu órgão em particular. Ou seja, assim ou assado, manjo jornal, o mundo jornalístico e seus valores, conheço suas boas qualidades e seus defeitos e acompanho a imprensa brasileira há mais de meio século.
Vivemos num país cartorial, onde tudo termina não em palavras, como na citação clássica de Shakespeare (“words, words, words”), mas em papéis, papéis, papéis. Por mais que apareçam documentos com firma reconhecida, cheques, talões de depósito bancário, bilhetes de passagens aéreas, vídeos, fotos e áudios; por mais que as CPIs, a PF e os jornalistas investigativos obtenham depoimentos assombrosos e testemunhos indestrutíveis, nada acontecerá no país além do muito e bastante que já está acontecendo.
Salvaram-se em Trinidad e Tobago apenas os Estados Unidos e o Brasil. Ficou evidente a chegada do nosso país àquilo que no passado fora a profecia de muitos pensadores, entre os quais Joaquim Nabuco, primeiro embaixador do Brasil em Washington: nossa condição de potência continental, desempenhando a mesma posição no continente sul que os EUA na América do Norte.
Um americano que confessou um assassinato por pensar que estava morrendo, foi preso depois que suas condições de saúde melhoraram. James Brewer pode ser condenado à pena de morte pelo assassinato de um vizinho, em 1977. Convencido de que estava à beira da morte após sofrer um derrame, ele confessou o assassinato de Jimmy Carrol, então com 20 anos. Em 1977, Brewer foi preso e acusado do assassinato de Carrol, mas, enquanto estava sob liberdade condicional, fugiu do Tennessee para Oklahoma.
A última reunião da Aliança das Civilizações, em Istambul, deu-nos o horizonte da nova aceleração da história acarretada pelo governo Obama. A volta dos Estados Unidos à sua matriz democrática quebrou de vez as visões de uma globalização hegemônica. E a abordagem, pelo Presidente, das relações internacionais dos Estados Unidos mostra a quão fundo vai esse novo pluralismo do "vis-à-vis" concreto com as regiões e conflitos de nosso tempo. Obana convenceu o mundo do seu propósito de escutar e, ao mesmo tempo, dar o primeiro passo no desarme da "civilização do medo", armada pelo seu antecessor na Casa Branca.
"Uvas verdes", resmungou a raposa, ao ver que não conseguia alcançar o cacho que pendia da carreira. Este "verdes" reflete a frustração e o desprezo do bicho, mas também alude a um aspecto importante de nossa vida: a cor dos alimentos. Para ficar com apenas um exemplo, uma salada considerada colorida é considerada sadia, e é mesmo: as cores refletem a diversidade dos vegetais ali presentes, e diversidade é coisa importante na dieta. Além disso, aprendemos desde a infância a excluir certos alimentos, e as frutas são um exemplo disso, em função da cor: ninguém comerá uma banana, ou um tomate, ou uma laranja, que estão verdes, e neste caso não estaremos sendo movidos pelo despeito da raposa da fábula.
A reforma política entrou na pauta do Congresso Nacional na década de 80 do século passado e nela permanece até hoje. Duas questões envolvem esse tema. O primeiro é delimitar o que se entende por reforma política e quais as razões que nos levam a confundi-la com uma reforma eleitoral. O segundo é o que justifica uma reforma, seja política, seja eleitoral.
Realizar-se-á no Brasil, em abril de 2010, o próximo Encontro Mundial da Aliança das Civilizações, das Nações Unidas. É a terceira etapa deste projeto, tão fascinante quanto ambicioso, da Espanha e da Turquia, de buscar o diálogo entre os protagonistas viscerais de um mundo que, após o 11 de Setembro, corria no governo Bush ao confronto das culturas e ao medo internacional sem retorno.
Devo esclarecer que também não conhecia a palavra “coincho” ou, se a conhecia, tinha esquecido. Fui espiar “vozes de animais” no Houaiss e peguei-a lá. Refere-se ao som emitido pelo – como direi? – aparelho fonador do porco. Para nós, humanos, o coincho tem uma capacidade de comunicação muito limitada, mas vai ver que isso não passa de antropocentrismo preconceituoso e a porcalidade terá, quem sabe, até mesmo seus oradores. A esta altura grandemente ofendidos com a nova nódoa sobre sua imagem, que, por obra de lamentáveis e injustos mal-entendidos, nunca foi das melhores, haverão de estar coinchando protestos revoltados, em pocilgas pelo mundo afora. Os porcos, milenarmente transformados em pernis, presuntos e linguiças, devem achar é pouco essa gripe aí, como resposta aos muitos gravames que lhes infligimos. Mas não serão escutados, porquanto – reza um dos ditados em que acho que estou ficando viciado –, se o lobo compreendesse o cordeiro, morreria de fome. Pois é, não entendemos coinchos e não queremos entender. E assistimos impassíveis até a genocídios suínos, como acaba de acontecer num país cujo nome agora esqueci, onde, ao que parece, não sobrou viva nem a Petúnia do Gaguinho. É assim a ingrata existência, não se pode fazer nada.
Inevitável um comentário sobre a principal notícia da semana, que deu louvável transparência à doença da ministra Dilma Rousseff. Os entendidos em política já se manifestaram e continuarão cometendo prognósticos que envolvem a próxima sucessão presidencial. Não é a minha praia.