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Artigos

  • Na cadeira do presidente

    Jornal do Commercio (RJ), em 22/11/2002

    Lula vai ao poder com que jogo? Impor logo a guinada ou fazê-lo na superprudência das transições? Todo governo dispõe hoje do repertório de previsões sobre o que acarreta logo o que decida o presidente, no vespeiro da complexidade da iniciativa política.

  • O ABC de Pound

    Tribuna da Imprensa (Rio de Janeiro - RJ) em, em 20/11/2002

    O "ABC da literatura", de Ezra Pound, está entre o que de melhor produziu e ensaística literária do século XX. Em matéria de aferimento poético, principalmente, poucos outros livros os nossos tempos chegaram ao nível deste. Vale a pena, por exemplo, acompanhar o pensamento de Pound sobre Arnaud Daniel, o grande poeta do século XII.

  • Agora quero falar de flores

    O Estado de São Paulo (São Paulo -SP) em, em 16/11/2002

    Flor tem moda como roupa de mulher. E as plantas do tempo antigo, flores, folhagens e ervas de cheiro, ninguém as cultiva mais. Agora são só aqueles estúpidos fícus italianos que parecem feitos de plástico, os antúrios e até tulipas.

  • Problemas da transição

    Jornal do Commercio (Rio de Janeiro - RJ) em, em 14/11/2002

    Tenho cá minhas dúvidas sobre a eficácia da transição que se opera toda vez que um governo substitui outro. Na rotina burocrática ela é necessária, para que os novos governantes saibam onde estão os botões, as válvulas, os intrincados subterrâneos do Estado, que deveriam estar a cargo de um funcionalismo técnico de caráter permanente.

  • Culto aos mortos

    O Estado de São Paulo (São Paulo - SP) em, em 09/11/2002

    Engraçado, a gente. Do que tem medo, escarnece e põe nome feio. Morte, por exemplo. Verdade que a própria palavra morte, não sendo bela, tem, contudo a sua dignidade; tanto ela como as que dependem do seu radical: morto, mortal, mortalidade. Porém, todos os demais vocábulos que com a morte se relacionem, quando não são o simplesmente horrível, são ligeira ou pesadamente sobre o grotesco. Defunto, cemitério, cadáver, esqueleto, caveira, cova, sepultura, múmia, embalsamar, velório, funeral, moribundo, ossuário, verme, formol, fantasma, necrotério, viúvo e a mais repugnante de todas: papa-defunto. E não adianta apelar para as formas eruditas, porque ainda fica pior: necrópole, sarcófago, inumar, exumar, necrológio, exéquias, parca, féretro.

  • Virtudes e riscos do Federalismo

    O Estado de São Paulo (São Paulo - SP) em, em 09/11/2002

    Terminada a apuração dos votos da última eleição, com a vitória espetacular de Luiz Inácio Lula da Silva, verifico que tinha razão quando em artigo anterior (28/9) concluía que, ante um cenário político multifacetado, devido ao baralhamento das posições ideológicas e partidárias, o eleitor não podia senão votar em razão das qualidades pessoais atribuídas a seus candidatos.

  • Paixão de ler

    Tribuna da imprensa (Rio de Janeiro - RJ) em, em 06/11/2002

    Pela décima vez consecutiva (foi lançado em novembro de 1993), chega o movimento "Paixão de Ler" a uma abrangência que engloba toda a cidade numa série de iniciativas que aproximam crianças e adultos do livro como objeto mágico e do hábito da leitura como necessidade básica do ser humano. É principalmente através do livro que saímos de nós mesmos porque neles se acha a raiz inteira do pensamento e da emoção: a palavra. Não só a palavra pura e simples (pensada ou falada), mas a palavra escrita, que preserva a memória dos tempos e das pessoas.

  • O vernáculo pede socorro

    Jornal do Commercio (Rio de Janeiro - RJ) em, em 05/11/2002

    Os acadêmicos Evanildo Bechara, Arnaldo Niskier e Josué Montello desfraldaram no plenário da ABL uma bandeira honrosa e nobre: a bandeira da defesa da língua portuguesa. Porque a verdade é que ela está correndo sérios riscos, desde quando, nos currículos escolares, foram extintas disciplinas que enriqueciam a cultura humanística dos nossos estudantes.

  • Guerreiro da educação

    Jornal do Commercio (Rio de Janeiro - RJ) em, em 03/11/2002

    Como faz todos os anos, o Ciee/SP, em parceria com o jornal "O Estado de S. Paulo, entrega a uma personalidade brasileira o troféu "Guerreiro da Educação". Este ano, a láurea coube ao professor Hélio Guerra, ex-reitor da Universidade de São Paulo e figura eminente da Escola Politécnica da USP.

  • Presença de Drummond

    Tribuna da Imprensa (Rio de Janeiro - RJ) em, em 30/10/2002

    Às 16 horas de hoje, no calçadão da Avenida Atlântica do Rio de Janeiro, será inaugurado um monumento a Carlos Drummond de Andrade, semelhante ao de Fernando Pessoa num café de Lisboa. Uma estátua do nosso poeta nacional, de tamanho natural, mostrar-se-á sentada num banco do Posto 6, o mesmo que o poeta usava, diante do mar.

  • Faz favor

    Jornal do Commercio (Rio de Janeiro - RJ) em, em 30/10/2002

    Nos bondes de antigamente, a figura máxima, autoridade suprema, era a do cobrador. Equilibrava-se precariamente nos estribos superlotados, vestia farda de casemira com colete de infinitos bolsos, sua função - como o nome indicava - era cobrar. Cobrar o preço das passagens.

  • A triste experiência eleitoral

    O Estado de São Paulo (São Paulo - SP) em, em 26/10/2002

    A esta altura do processo eleitoral, tão cheio de surpresas e de incorrigíveis enganos, que nos conduzem a um preocupante quatriênio presidencial, torna-se escancaradamente evidente o erro em que incorremos, deixando de dar caráter prioritário à reforma política, reclamada pelos maiores politicólogos e constitucionalistas do País.

  • Curumim é um ser livre

    O Estado de São Paulo (São Paulo - SP) em, em 26/10/2002

    Diz que índio não educa filho. Aliás, não é propriamente isso: o que se conta é que índio não disciplina as crianças, não as castiga. Curumim é um bicho livre, faz o quer, com muito poucas restrições. Os pais são os mais condescendentes do mundo e muito carinhosos. Apenas quando uma criança, por acaso, faz qualquer coisa que irrite ou incomode pai ou mãe, o pai encolerizado passa a mão no primeiro objeto contundente que tiver próximo e o atira contra o filho. Uma pedra, um pau, uma mão de pilão, e até mesmo um facão. Se não pegar, muito bem, se pegar, azar do menino.

  • Impaciência, mais que medo

    Jornal do Commercio (RJ), em 25/10/2002

    O segundo turno nas eleições presidenciais assumiu claramente o sentido de plebiscito. Está-se pró ou contra o governo, numa distância de votos que dá a Lula capital único de legitimidade política para enfrentar a turbulência da globalização transformada em mercado hegemônico e sem volta. Toda imprensa mundial reconhece o impacto deste pleito como a cunha inesperada no alinhamento das periferias aos receituários internacionais para ainda serem punidos até pelo excesso de ortodoxia que só fez exasperar as contradições do neoliberalismo. Aí está a Argentina, como fantasma nada camarada, a mostrar que é invariável a bula, não obstante esteja o país in extremis, da viabilização econômica. A enorme legitimidade da avalanche do sufrágio permite ao futuro governo nova prospectiva. Dá-lhe o direito, no cenário internacional, de contrapor aos riscos econômicos clássicos, os trunfos da nação gigante que ofereceu, pela mais irrepreensível vitória democrática, um esforço cabal à primeira das exigências da normalização como a vê o Primeiro Mundo, frente à desestabilização pirata em que insista o capital especulativo.

  • A verdade na política

    Tribuna da Imprensa (Rio de Janeiro - RJ) em, em 23/10/2002

    Teve o chefe do Judiciário paraibano, Desembargador Marcos Antonio Souto Maior, a excelente idéia de, em comemoração aos 111 anos do Tribunal de Justiça do Estado da Paraíba, organizar um seminário sobre seis paraibanos ilustres na palavra de seis membros da Academia Brasileira de Letras.