
Inferno astral
Veio a sensação de que o Rio se tornara a bola da vez do azar: câncer do Pezão, crise econômica sem precedentes, greves, falta de grana até para pagar a funcionários.
Veio a sensação de que o Rio se tornara a bola da vez do azar: câncer do Pezão, crise econômica sem precedentes, greves, falta de grana até para pagar a funcionários.
Se faltam recursos financeiros para viabilizar o Plano Nacional de Educação, com as suas 20 metas, o que dizer do que se disponibiliza para a realização de objetivos culturais? É muito pouco e ainda por cima corre-se o risco de ser menos ainda, se a discussão em tomo da Lei Rouanet concluir que ela deve ser extinta.
O PMDB está próximo de voltar à presidência da República pela terceira vez de maneira indireta. Foi assim com José Sarney e Itamar Franco, vice-presidentes que assumiram o governo na falta do presidente eleito, Sarney devido à morte de Tancredo Neves, e Itamar em decorrência do impeachment de Collor.
Desde a gestão de Machado de Assis (1896 -1908) começou-se a insistir, pela palavra do próprio patrono da ABL, na criação do "dicionário etimológico", a ser futuramente produzido pela Academia. O assunto Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa sempre esteve presente nas discussões da ABL, dada a sua relevância.
Não temos, na nossa história política, momento como o de agora, em que chegamos aos extremos do risco da desestabilização.
O PSDB parece que sofre de Síndrome de Estocolmo, definido por alguns como "estado psicológico em que uma pessoa, submetida a um tempo prolongado de intimidação, passa a ter simpatia por seu agressor". Só isso explica que os tucanos volta e meia tenham uma recaída, como agora, e busquem imitar as atitudes do PT quando na oposição.
Em nome das baleias que circulam impunemente nas águas do nosso imenso litoral e estão em condenável fase de extinção; em nome do formidável rio São Francisco que nunca será desviado para matar a sede dos nossos irmãos nordestinos...
Como a maioria dos brasileiros, assisti, domingo passado, pela televisão, à votação, na Câmara dos Deputados, do processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff. Ao contrário do que, desonestamente, procurara afirmar José Eduardo Cardozo, advogado-geral da União, não se tratava de julgar a presidente e, sim, de admitir ou não o cabimento legal do processo de impeachment contra ela, o que finalmente foi aceito após uma discurseira que começou às 14h daquele dia e terminou depois da meia-noite.
Depois de ter falado com propriedade e sobriedade na cerimônia da ONU que celebrava a assinatura do acordo do clima de Paris, a presidente Dilma foi passear por Nova York e ver uma exposição de Degas no MOMA. Alguma coisa aconteceu nesse percurso, pois ao retornar à embaixada brasileira, Dilma retomou o discurso que havia desmentido pela manhã, e se disse, em entrevista coletiva, vítima de um golpe no Brasil.
Só desviando o olhar do Congresso, em que corrupção e poder celebram uma união perversa e viscosa, é possível enxergar nossa sociedade.
Como nessa novela de suspense não se adiantam os novos episódios, fica-se sem saber o que vai acontecer daqui pra frente no país.
Se ainda restar um pouco de juízo à presidente Dilma Rousseff, ela não usará uma tribuna da ONU para denunciar o suposto golpe de que estaria sendo vítima no Brasil. Além do ridículo da situação, já que viajou em avião oficial do governo que preside, com todo o aparato formal da Presidência da República, terá a assessoria dos órgãos diplomáticos que representam o país que ainda governa e regressará no domingo para reassumir seu posto, a presidente Dilma estará se utilizando do cargo de Chefe de Estado para macular a imagem do país no exterior.
A maratona dos discursos durante o debate do impeachment proporcionou o corte de previsibilidade do que seria o seu desfecho. Avançou, de saída, a uma monotonia, no ritmo e no fraseado, tal como se nascidos num rigoroso ensaio. Na votação pró-impeachment, recados e solenidade, ao que, já nas sílabas, as primeiras palavras de um orador, hierático no seu pódio, todo numa declinação de dedicatórias enraizadas na referência familiar, no declínio dos nomes dos nascituros aos bisnetos.
Os dirigentes do Centro de Integração Empresa-Escola estão convencidos de que a inserção qualificada de adolescentes e jovens no mercado de trabalho depende de um bom desempenho das crianças a partir da alfabetização nas escolas. Isso foi muito debatido no seminário realizado, em São Paulo, com o patrocínio também da Fundação Roberto Marinho.
Deparamos, no debate do impeachment, a maratona inédita da declaração, um a um, dos votos dos deputados. Preparavam-se estes para os minutos de glória, disputados até os segundos, implicando o grito de guerra ou o epitáfio, frente à sobrevivência da presidente. Mas a massa dos pronunciamentos importou num completo desvio da essência da questão, no entendimento à constitucionalidade da medida.