
Despertar da China
[2]Grande guerreiro Napoleão I, teve uma antevisão profética ao exclamar num de seus dias de glória que o mundo tremeria quando a China despertasse.
Grande guerreiro Napoleão I, teve uma antevisão profética ao exclamar num de seus dias de glória que o mundo tremeria quando a China despertasse.
Pediram-me um depoimento sobre Lula e a crise. Eu entendi errado. Entendi que Lula é a crise. Aliás, era o que pensava e continuo pensando desde o início da lambança que o governo e o PT fizeram por aí.
Maior calcinha do mundo ajuda a divulgar feira de lingerie. A Fevest (Feira de Lingerie de Nova Friburgo) decidiu chamar a atenção dos consumidores com uma lingerie nada discreta: uma calcinha gigante de 12 metros de largura por 9,5 metros de altura. Ela foi pendurada no centro de Nova Friburgo para divulgar o trabalho do pólo de moda íntima da região. Folha Online, 10.08.2005
Os debates nas CPIs me fatigavam e acredito que haviam fatigado muita gente. Prevaleciam a repetição de novidades envelhecidas e a entusiasmada investigação do óbvio. Elas perdiam tempo crescendo para os lados, na horizontal do processo: mais um nome, mais uma conta, mais um empréstimo.
Quem subiu da pobreza de retirantes e de paus-de-arara, como é o caso de Lula, e chegou a presidente da República impressionando o mundo, ao menos do mundo bem informado, vai se crer predestinado, embora não tenha nem noção primária do que é a predestinação.
Tu viu, o homem tá engrossando, já vi ele dando umas quatro broncas brabas.- É, mas não é original. O que chateia nele era que ele era pra ser original, mas não é, decepciona bastante.
UM MISSIONÁRIO ESPANHOL VISITAVA uma ilha quando encontrou três sacerdotes astecas.
Volto a comentar o discurso presidencial da última sexta-feira. Além do plural majestático, que ontem destaquei, Lula falou em "arregaçar as mangas" e em "desdobrar esforços". Tudo bem, o povo entende o que é isso - já é alguma coisa. Mas pouca gente entendeu quando ele falou dos escândalos "dos quais nunca tive conhecimento". Na melhor das hipóteses, teria passado recibo de cegueira política e funcional.
A Academia Francesa homenageou a sua co-irmã brasileira, a Academia Brasileira de Letras, com uma sessão solene, em sua belíssima sede, "sous la coupole". Quinze imortais brasileiros e outros tantos franceses, sob a liderança da secretária perpétua Hélène Carrère D´Encause, discursaram num revezamento na qualidade das análises feitas. Predominou o relacionamento cultural de Brasil e França. O poeta Ivan Junqueira, presidente da ABL, falou sobre o percurso literário de autores franceses. Jean D´ Ormesson lembrou os anos vividos no Rio de Janeiro. Foi um simpático momento de descontração. Maurice Druon, autor do clássico "O menino do dedo verde", discorreu sobre o prazer com que nos visitou algumas vezes. Numa delas, em 1998, lançou as sementes do Prêmio da Latinidade e da Academia da Latinidade, tendo a delicadeza de salientar a nossa participação favorável às iniciativas, quando na presidência da ABL.
O tardio discurso presidencial de ontem abusou do plural majestático, próprio dos reis, imperadores e papas, "nós", em lugar do "eu" que compete a todos que não se julgam reis, imperadores e papas. No plural, ele pediu desculpas à nação, reconhecendo os erros de seu governo e seu partido. Só usou o singular para se declarar indignado. Qual seria a alternativa dele? Declarar que estava solidário com a corrupção?
A crise comandada pelo "mensalão" apossou-se das manchetes oficiais, em nome de um discurso antigo, a passar o seu veredicto, não obstante a enormidade dos novos cenários de dependência econômica e política das nossas instituições. O novelo de Roberto Jefferson desenrolou o portento do abuso modernizado, ao padrão da complexidade dos interesses e dos aparelhos em que se entrelaçam verbas orçamentárias, fundos de pensão, contas de propaganda, contratos de venda fatura de votos no Legislativo. A atingir o situacionismo da hora, veio ao patíbulo da opinião pública todo o estigma da corrupção inseparável, como sua segunda natureza, do subdesenvolvimento político de um País, ainda preso à privatização da coisa pública, própria à dominação típica da nossa estrutura semicolonial.
Carlos Lacerda , o político, mas sobretudo o grande jornalista, numa época parecida com a que vivemos, resolveu escrever sobre a Sociedade Protetora dos Animais.
Cada época tem, mais ou menos, a gente que merece. Bem ou mal, eles e elas é que fazem o tempo. Marlene Dietrich sentada numa cadeira virou logotipo dos anos 30. Os Três Grandes (Roosevelt, Stálin e Churchill), em Ialta, marcaram os anos 40. Gagárin e Marilyn Monroe são símbolos dos anos 50. Os Beatles são os donos da década seguinte. Os anos 70, que alguns consideram interessantes, também produziram seus espécimes, nem melhores nem piores: a vida continua, muitas vezes é repetitiva e chega até a ser espantosa. Basta dizer que, em seu final, a figura mais badalada daquela década era um aiatolá que tentou ensinar ao Ocidente como se deve defecar: sempre de costas para Meca.
A investigação sobre os escândalos político-administrativos prossegue, e parece que não teremos pizza, simplesmente por ser impossível esconder o tamanho da crise na qual o PT de Lula e seus correligionários afundaram o País.
Pessoas mal informadas me perguntam se Lula teria chances de ser reeleito. Quem sou eu, que nada entendo de política, para responder a pergunta que, ainda por cima, não me comove nem interessa.
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