
Do PRP ao PT
[2]Deixo logo dito que a distância entre o PRP e o PT, do título acima, é maior do que a distância das galáxias universais.
Deixo logo dito que a distância entre o PRP e o PT, do título acima, é maior do que a distância das galáxias universais.
Converso com minha amiga Nélida Piñon e confesso que tenho vontade de escrever um artigo sobre o nosso patrimônio imaterial. Dando como exemplo, lembro a importância do samba para a cultura brasileira. Ela argumenta que viu no Marrocos uma praça inesquecível, toda ela povoada por bens imateriais, como faquires, lambedores de fogo, palhaços, dentistas - uma soma incrível de pessoas fora do comum que dão o tom da imaterialidade àquele local abençoado pela Unesco. O poeta Alberto da Costa e Silva confirma que conhece o local.
O opróbrio dos últimos dias com o incidente Severino não leva a tragédia da corrupção apenas à farsa, mas ao grotesco. O sair-se disso tudo está cada vez mais pedindo o desemperro do denuncismo moralista, para definir-se a verdadeira perspectiva da ''ética na política'', que reclama a reemergência do PT no futuro político do país.
Por mais que me esforce, lendo, ouvindo e vendo toda a indignação motivada pela corrupção reinante, não consigo esquecer a inutilidade dos castigos, por mais merecidos que tenham sido no passado ou no presente.
Na última sexta-feira fui assistir na sala do Conselho Universitário da USP à justa homenagem que receberam o professor Alberto Ferreira de Castro e os engenheiros Antônio Ermírio de Moraes e Olavo Setúbal, como "batalhadores do desenvolvimento".
O camarada entrou no táxi e ordenou ao motorista: "Depressa! Siga aquele carro antes que ele nos siga!". Pelo título que dei à crônica, ela seria mais uma das milhares que estão sendo produzidas pela mídia a propósito da crise de escândalos na vida nacional.
A influente revista Veja desta semana repete uma antiga afirmação sobre a constituição imperial de 1824, outorgada por Dom Pedro I.
Corrupção na política vira jogo. Empresário lança "Escândalo!", que traz parlamentares como personagens. É um jogo recheado de fraudes e chantagens. Brasil, 15.09.2005
Dos cineastas estrangeiros que conheci pessoalmente, embora superficialmente, três deles me impressionaram: Stanley Donen, ("Cantando na Chuva"), num almoço aqui no Rio, em companhia do Zevi Ghivelder; Federico Fellini, num almoço em Roma, no Gigi Fazzi, uma espécie de churrascaria que não mais existe, e Robert Wise, com quem passei um fim de semana em Teresópolis, na casa de Adolpho Bloch.
Está em exibição nos cinemas e em DVD um filme para o qual não se previa o assombroso êxito de bilheteria. Esse filme é A Queda - As Últimas Horas de Hitler , um dos três gênios do mal na história, como Stálin e Mussolini. Assisti ao filme no DVD, em minha casa. Achei-o bem feito e bem interpretado.
As atrações, com representantes da música, do teatro, da dança, da moda, das artes plásticas e do artesanato foram apresentadas com brilho no Ano do Brasil na França, no Carreau du Temple, em Paris. Arquitetura inovadora, de jovens profissionais brasileiros, abrigou o chamado Espaço Brasil, que ocupou uma área de 2.400 m2. Por lá passaram e vibraram cerca de 10 mil pessoas. O Governo do Estado, através da Secretaria de Estado de Cultura do Rio de Janeiro, com o apoio da Secretaria de Turismo e a Secretaria de Desenvolvimento Econômico teve uma participação efetiva no evento, cujo tema foi Brésil, Brésils - O contemporâneo e o diverso na cultura brasileira - considerado muito importante para o implemento das relações franco-brasileiras na área cultural. Serviu, também, para reforçar a cooperação entre os dois países, em todos os níveis.
Poucas vezes na história da mídia universal houve tal e tamanha unanimidade em reprovar o mal e elogiar o bem. Não se trata da burrice banal atribuída a qualquer tipo de unanimidade. Pelo contrário: é um consenso inteligente, e direi mais, um consenso mais do que esforçado. Há uma concorrência feroz na disputa pela "pole position" de quem é ou fica mais indignado.
Sic transit gloria , assim passa a glória deste mundo e hoje ninguém mais fala em Pittigrilli. Aliás, excetuada a turma dos sessentinha em diante, no mínimo cinqüentinha e tantos, ninguém faz idéia de quem foi Pittigrilli. Era um escritor meio peralta, geralmente publicado aqui em volumes com sobrecapas coloridas e sugestivas (no bom ou no mau sentido, conforme você considere Aquilo bom ou mau) que muita gente tinha de ler escondido, mas que hoje seria água-com-açúcar e considerado conservador e bobinho por qualquer pré-adolescente que leia, ou seja, aí uns 0,7% deles embora, no que depender do incentivo presidencial, devamos bater na marca do 0,5% no próximo ano. Na casa de meu pai, Pittigrilli não chegava a ser proibido, mas, para cada livro dele que me pegava lendo, o velho tacava até o Fausto em cima de mim (ao qual, aliás, até hoje tenho horror; perdão, Alemanha), ou me mandava decorar versos da Divina Comédia em italiano, que ele só entendia lendo e eu nem lendo nem ouvindo, o velho não era mole.
É CURIOSO”, COMENTA O GUERREIRO da luz consigo. “Encontrei tanta gente que - na primeira oportunidade - tenta mostrar o pior de si. Esconde a força interior atrás da agressividade; disfarça o medo da solidão com o ar de independência. Não acredita na própria capacidade, mas vive pregando aos quatro ventos suas virtudes”.
Muito me comovo quando ouço augustos personagens de nossa vida pública, políticos, empresários, intelectuais, líderes disso e daquilo, afirmando que tudo estão fazendo para deixar um mundo e um Brasil melhores para seus netos.
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