
Reflexões oportunas sobre o Acordo Ortográfico
[2]Toda unificação que pretenda simplificar as regras de uso da língua é sempre bem-vinda. Tem sido assim ao longo da história de Brasil, Portugal e dos demais países lusófonos.
Toda unificação que pretenda simplificar as regras de uso da língua é sempre bem-vinda. Tem sido assim ao longo da história de Brasil, Portugal e dos demais países lusófonos.
O final do ano reclama um balanço dos ganhos dos direitos humanos, e do que passará às instâncias das Nações Unidas, como avanço da consciência em nosso tempo.
Admirei, com algumas restrições, a atuação do ministro Joaquim Barbosa durante as sessões do Supremo Tribunal Federal que julgaram os réus do mensalão. Em alguns momentos, ele me pareceu severo ou radical, lembrando o grande inquisidor, um Fouquier-Tinville da época do terror que marcou a Revolução Francesa.
O remate do julgamento do mensalão é de impactos inéditos na consciência nacional e seu avanço irrecorrível. De saída, o da realização da justiça chegada aos superpoderosos, desbaratados dos velhos nichos da impunidade. Esvaiu-se a acomodação de sempre, do atraso dos julgamentos, e da aposta na perda da memória coletiva. No caso, por um quase monopólio midiático da atenção popular, que, por sua vez, traduzia um fato sociológico: o da virada de página do imperativo da tolerância com a corrupção, amadurecida pelo nosso desenvolvimento. Garantiu-a Joaquim Barbosa, nos atributos todos da figura vingadora, para a superação, de vez, do país acomodado. Irrelevante no caso é se saber se este sentimento coletivo desbordou do velho moralismo das classes médias brasileiras para o País recentemente saído da marginalidade, e mais ligado, de imediato, ao fruir de seu acesso à economia de mercado.
Há quem acredite que exagero, quando falo nas muitas excelências de Itaparica, tanto as presentes quanto as passadas. Mas é uma impressão falsa, porque, embora não possa ignorar esses grandes predicados, procuro sempre ater-me à imparcialidade e fidelidade aos fatos que devem nortear o bom jornalismo informativo. Agora mesmo, diante dos acontecimentos nacionais, sou o primeiro a reconhecer que carecemos hoje de juristas capazes de prestar uma contribuição significativa aos debates em curso. Bem verdade que, se tivessem anel no dedo, Ary de Maninha e Jacob Branco botariam num chinelo muitos desses advogadecos mal-acabados que por aí abundam, mas o fato é que, pelo menos que eu saiba, ninguém na ilha pode alegar notório saber jurídico e pleitear ser ouvido sobre questões constitucionais. O que não impede, naturalmente, que se registre um pronunciamento marcante ou outro, como o do citado Ary de Maninha, na happy hour das nove da manhã, no Bar de Espanha.
Alguém já me disse que tenho a alma de D. Quixote no corpo levantino de Sancho Pança. Ignorando a medida em que um avança sobre o outro, ou se confundem.
Em 2012, a Semana de Arte Moderna de 1922, que produziu obras de qualidade em diversos segmentos artísticos, completou 90 anos e foi lembrada com muitos eventos. Mas, para a literatura brasileira, 1922 marca também momento de grande tristeza: a morte de Lima Barreto. Foi um escritor atento, que soube como poucos registrar as principais mudanças sociais, políticas e culturais ocorridas no final do século 19 e início do 20. Incompreendido no passado, hoje Lima Barreto é reconhecido como um dos maiores romancistas brasileiros.
Todas as vezes em que a palavra sustentabilidade vem à tona, surgem os termos essenciais para a nossa sobrevivência: água, comida e energia. Vivemos problemas que afetam os 7 bilhões de habitantes do nosso planeta.
Se a rosa dos ventos do mundo não cessa de mover os grandes moinhos da história, se a fome de justiça e beleza não amainou, sob o império dos ciclones deste século, é forçoso reconhecer, contudo, uma ponta de febre no corpo da geografia.
O Vietnã avulta como nação com seus quase 100 milhões de habitantes e com uma determinação multissecular de sua individualidade, exposta desde as invasões chinesas e japonesas, na sua obstinada identidade cultural.
A classe política e a mídia, como um todo, receiam dar nomes aos bois. A Operação Porto Seguro revelou, entre outras coisas, o grau de intimidade entre o ex-futuro presidente Lula e uma funcionária que dirigia importante órgão da Presidência da República. Tão logo o caso veio a público, lembrei uma passagem do Evangelho de Mateus, capítulo 26, versículo 41: "Spiritus promptus est, caro autem infirma".
Não foi criado o Nobel para a arquitetura e as artes plásticas, mas Niemeyer seria, sem dúvida, e de longe, o primeiro brasileiro a receber a grande palma. Quebraríamos este absoluto jejum, já que nunca tivemos o prêmio, em qualquer das suas concessões. A unanimidade indiscutível em torno do nosso arquiteto se consolidou há décadas, na obra continuada até hoje, e passou, de há muito, à posteridade.
Quando a porta do Château de Sully se abriu e o comissário de bordo autorizou a descida dos passageiros, JK viu, ao pé da escada, um oficial da Aeronáutica grudado ao último degrau.
Desculpem-me por falar na ilha tão seguidamente, mas é que acho que algumas novidades de lá apresentam certo interesse, diante da delicada conjuntura nacional. É o caso dessas graves questões de direita e esquerda, agora trazidas à baila o tempo todo, para vexatória confusão de grande parte da coletividade — e os cidadãos da ilha não são exceção. A baralhada vem logo de cima, porque o ex-presidente Lula já disse que nunca foi de esquerda, mas agora parece que as coisas mudaram e, no momento, ele é de esquerda e não abre, e quem não está com ele é de direita. Como bem observou Beto Lindo Olhar, num raro momento de exasperação, assim fica difícil até puxar o saco.
“Gosto de fazer bonito!”
É uma frase recorrente sempre dita por Oscar Niemeyer, que perdemos poucos dias antes de ele completar 105 anos de idade. Tivemos o privilégio de conhecer pessoalmente o maior arquiteto do mundo, mestre incomparável das curvas.
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