A escritora Ana Maria Gonçalves toma posse na cadeira 33 da Academia Brasileira de Letras na próxima sexta-feira, 7 de novembro, às 20h, na sucessão de Evanildo Bechara, morto em maio deste ano. A escritora é a 13ª mulher a ser eleita, por 30 dos 31 votos possíveis e é a sexta entre as atuais acadêmicas. Com 54 anos – completa 55 seis dias após a posse – é a Acadêmica mais nova a ser eleita. E talvez por isso, terá a alegria de contar com pai e mãe assistindo sua posse na ABL.
A cerimônia será realizada no Petit Trianon, na sede da ABL, e será transmitida ao vivo pelo site e pelo canal do Youtube da ABL pelo link. Ana Maria Gonçalves será recebida pela Acadêmica Lilia Schwarcz; receberá o colar da Acadêmica Ana Maria Machado e o diploma, do Acadêmico Gilberto Gil. A comissão de entrada será formada pelas Acadêmicas Rosiska Darcy de Oliveira, Fernanda Montenegro e Miriam Leitão; a comissão de saída pelos Acadêmicos Domício Proença Filho, Geraldo Carneiro e Eduardo Giannetti.
A nova Acadêmica está programando algumas novidades para a festa. Ao final da cerimônia de posse, será servido um jantar sentado para 300 pessoas no pátio externo, com um cardápio africano. Os amigos da escritora também preparam uma surpresa: um grupo musical chegará à ABL depois de percorrer algumas ruas do centro cantando.
A cerimônia será transmitida ao vivo por um telão na Casa Savana, casa de festas no centro do Rio, que estará aberta apenas para receber os amigos da Acadêmica. Terminado o jantar na ABL, Ana Maria vai para lá confraternizar com seus convidados.
Sobre Ana Maria Gonçalves
Ana Maria Gonçalves nasceu em Ibiá, em Minas Gerais, em 1970. É sócia-fundadora da terreiro Produções. Largou a publicidade, onde trabalhou durante 15 anos, para escrever “Ao lado e à margem do que sentes por mim” e Um defeito de cor”, ganhador do prêmio Casa de Las Americas (Cuba, 2007) e eleito um dos principais livros para se entender o Brasil.
Já publicou contos em Portugal, Itália e nos Estados Unidos, onde morou por oito anos e ministrou cursos e palestras sobre questões raciais.
Foi escritora residente nas Universidades de Tulane (New Orleans), Stanford (California), e Middlebur (Vermont).
É roteirista, dramaturga e professora de escrita criativa. Começou a escrever contos e poemas desde a adolescência, sem chegar a publicar. A paixão pela leitura nasceu durante a infância, e desde criança lia jornais, revistas e livros.
“Um defeito de cor”, de 952 páginas, foi publicado em 2006 e levou cinco anos para ser concluído (dois anos de pesquisa, um de escrita e dois de reescrita). Ele narra a trajetória de Kehinde, uma mulher negra sequestrada no Reino do Daomé e escravizada na Bahia, inspirada na história de Luiza Mahin, mãe do advogado abolicionista Luis Gama.
O livro foi enredo da Escola de Samba Portela em 2024.
05/11/2025