
O primeiro dever de Lula
Enganam-se as Cassandras a procurar em episódios como o de Waldomiro, o começo da perda de encanto do Governo. A matéria-prima do enlevo com o regime não se atrita pelas escaramuças continuadas, onde é a retranca do status quo que aparece e não o despontar do inédito de agora; do que realmente sensibiliza o que antigamente se chamaria do povão; do que responde por esta sensação de que se virou a página do País que estava aí. São outras as expectativas do enorme estrato de população que pela primeira vez se vê no poder, e quer o recado material de que o País mudou. Do sucesso do Fome Zero à transferência das águas da bacia do S. Francisco, fertilizando o Nordeste, ao sucesso da Bolsa-Escola. A busca destes resultados vem de par com a rememoração, a cada momento gratificante, da investidura de Lula, e as iniciativas que a reflitam, na expectativa de um outro Brasil, de outra exigência, que a da reiteração do imperativo ético nas relações de poder.