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Artigos

  • O sal não salga

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 10/06/2005

    A "big word" , como dizem os americanos, aqui e agora, é corrupção. É bom ter por perto um "pai dos burros", o dicionário, para ter a exata noção do que se está falando ou do que estão falando. Na etimologia, a palavra vem do latim "corruptus", que tem significado para todo gosto: "estragado, subornado, seduzido". Francisco Antônio, dicionarista de meu tempo de colégio, latim-português, aumenta o leque do emprego de corrupção. É também "viciado, pobre, depravado, falsificado". Com o tempo, perdeu o "s" no francês arcaico e, no português, perdeu e manteve o "p". Com "p" e sem "p", é sempre a mesma coisa.

  • Os amantes de Fausta

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 10/06/2005

    Não vem ao caso contar como e por que me apaixonei por Fausta. Uma mulher com esse nome não merecia o amor de ninguém, muito menos o de um sujeito como eu, que não sou dado a paixões. A verdade é que, um dia, constatei que estava apaixonado por ela e, em decorrência disso, competia-me conquistá-la. Não chegou a ser uma resolução heróica de minha parte: eu não tinha nada a fazer naquela ocasião, e dedicar-me à conquista de uma mulher cujo nome era Fausta, se não resolvia nenhum dos meus problemas, pelo menos deveria me distrair.

  • A batalha da CPI

    Diário do Comércio (São Paulo), em 10/06/2005

    Chega ser incrível que nessa batalha da CPI dos Correios o presidente Lula está perdendo a sua intuição política, que o conduziu do torno mecânico ao Palácio do Planalto.

  • Genealogia das opiniões

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 09/06/2005

    Uma pergunta que sempre me faço e acredito que outros também a façam: de que se alimenta a mídia, principalmente os jornais, que não dispõem dos recursos da imagem em movimento e do som?

  • O laicismo religioso

    Diário do Comércio (São Paulo), em 09/06/2005

    Os analistas brasileiros, apressados nas suas observações sobre a derrota do Sim na eleição de domingo, 29, na França, não prestaram atenção um fator poderoso, que, no entanto, não foi levado na devida consideração. Trata-se do laicismo, sobre cuja base foi elaborada a Constituição, pela comissão de juristas presidida pelo ex-presidente Giscard d’Estaing.

  • Sem comentário

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 08/06/2005

    Do noticiário da semana passada: "Levantamento feito pelo Banco Central revela que, no primeiro trimestre deste ano, os bancos lucraram no país R$ 6,335 bilhões, valor 52% maior do que o registrado no mesmo período do ano passado. O crescimento do lucro do setor se explica pelo aumento dos ganhos com tarifas e com juros".

  • Ocorre com a pessoa

    Diário do Comércio (São Paulo), em 08/06/2005

    Citei várias vezes o padre Antônio Vieira, uma nota de psicologia humana, que vemos, com, freqüência reproduzida, principalmente na vida pública, no Estado-espetáculo que é o característico da política de nosso tempo.

  • Tempo de poesia

    Tribuna da Imprensa (Rio de Janeiro), em 07/06/2005

    É com palavras que se fazem poemas. Com palavras e com letras, sons, riscos, traços, mas também com o silêncio. Há um silêncio que segura versos, cesuras, ritmos, tornando-os mais significativos. Sob esse aspecto, a boa prosa e a boa poesia se ligam intimamente quando buscam pelo ser.

  • Antônio Carlos Vilaça

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 07/06/2005

    É assim mesmo. Morreu Antônio Carlos Vilaça, no sábado, 28 de maio. Apenas uma pequena informação, na seção dos anúncios fúnebres, noticiando o seu falecimento, providência de anônimos que o admiravam. Estava abrigado no asilo São Luís, destinado a idosos sem família e sem recursos, em fase de doença terminal. Durante algum tempo, por iniciativa de Marcos Almir Madeira, ocupava um quarto na sede do PEN Club do Brasil. Com a morte de Madeira, acho que foi despejado e foi parar num asilo.

  • As enchentes

    Diário do Comércio (São Paulo), em 07/06/2005

    As enchentes são desses assuntos que, entra ano e sai ano, são presentes na vida dos paulistanos desde a chegada dos jesuítas ao planalto predestinado, que é este, onde vivemos.

  • O não de franceses

    Diário do Comércio (São Paulo), em 06/06/2005

    Foram dois franceses, Jean Monet e Robert Schuman, que tiveram a idéia do mercado comum europeu, hoje União Européia.

  • Continente e conteúdo

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 06/06/2005

    Uma frase pronunciada pelo presidente Lula durante um jantar na embaixada do Brasil em Tóquio quase provocou outra tensão diplomática entre Brasil e Argentina. O principal jornal do país vizinho, o "Clarín", reproduziu informações da coluna do jornalista Fernando Rodrigues, na Folha, de que o presidente brasileiro disse a interlocutores que "temos de ter saco para aturar a Argentina". A frase, entretanto, foi traduzida pelo diário como "hay que tener bolas para bancar a los argentinos", o que pode ser interpretado não no sentido que tem a expressão em português, de ter paciência, mas sim algo parecido com "temos de ser machos para agüentar os argentinos". Folha Brasil, 31.05.2005 

  • Casos à parte

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 06/06/2005

    Entendendo cada vez menos de política, tampouco compreendendo a vida pública, não posso responder aos leitores que me cobram um comentário sobre a crise provocada por mais um escândalo que motivou a criação de uma CPI.

  • A gíria que está na moda

    Jornal do Commercio (Rio de Janeiro), em 05/06/2005

    Muitos jornais repetiram a frase de Fernando Henrique Cardoso: "O PT está mais bêbado do que peru na véspera de Carnaval." Eu sabia que, em nossa terra, costuma-se embebedar o peru na véspera de Natal, mas o ex-presidente, que pensa que pode tudo, mudou a época. Recebeu críticas de todo lado. Abstraindo-se o fato de ser ex-presidente, o que exige um certo recato na linguagem, FHC valeu-se de um lugar comum para exagerar no ataque ao partido adversário. Teria utilizado gíria?