
Os canhões de Copacabana
Acontece que o sol exagerou. Ali, na altura do posto quatro, ele surgiu das águas, vermelho e doce apesar de tudo, jogando sua luz dourada sobre a cidade que amanhecia. Súbito, dei com a vista num imenso monstro na ponta do posto seis. Parecia um inseto repelente pousado sobre a pele da terra, um carrapato gigantesco, com duas garras levantadas para o céu coberto pelo ouro do Sol. Não era uma invasão de insetos repugnantes: apenas a silhueta de dois canhões que saiam de sua carapaça côncava e metálica, assinalando o Forte de Copacabana.