
Administração na liderança
Durante muitos anos, quando se analisava o número de candidatos ao ensino superior, era comum saber que disputavam a liderança os cursos de Direito e Medicina. Administração e Pedagogia, nem pensar.
Durante muitos anos, quando se analisava o número de candidatos ao ensino superior, era comum saber que disputavam a liderança os cursos de Direito e Medicina. Administração e Pedagogia, nem pensar.
Requer-se do novo governo Dilma Rousseff muito mais do que a melhoria de um bom desempenho ou a correção das deficiências do primeiro mandato. Impõe-se sobre os êxitos da produtividade a remoção das injustiças sociais.
Uma das particularidades do nosso regime democrático – e reconhecida lá fora – é a de que os condenados a cumprirem prisão domiciliar podem participar plenamente do nosso debate virtual e até em linhas de ponta do nosso atual questionamento político. Não é outra a força do questionamento de José Dirceu, ao trazer a uma reflexão toda a continuidade da sua militância no PT e voltar às raízes de sua identidade.
O vice-presidente da República Michel Temer telefona para entrar no debate a favor do distritão, sistema eleitoral em que os candidatos a deputado federal mais votados em cada Estado são eleitos, sem depender de coligações partidárias nem de votos na legenda. Temer alega razões “de natureza jurídica e política” para apoiar a mudança, e diz que o voto proporcional anula um preceito básico da democracia: a maioria pratica os atos de governo, respeitando a minoria.
A proposta do distritão na reforma eleitoral que a Câmara começará a debater depois do Carnaval, ao mesmo tempo em que parece ter a preferência de uma maioria que vai se consolidando entre os parlamentares, tem adversários, especialmente entre os estudiosos de sistemas eleitorais como o cientista político Jairo Nicolau, professo da UFRJ.
O sentimento de confronto com o PT, e o enfraquecimento do governo em meio à dupla crise econômica e política, está levando a uma tendência majoritária no Congresso de aprovação de uma reforma política que resgate a credibilidade dos parlamentares.
O nome é feio e o significado é mais feio ainda. No entanto, a palavra está sendo falada e escrita, com perigosa insistência, tanto no jornais como nas tevês, na internet, e repetindo Nelson Rodrigues: nos botecos e velórios.
No momento em que o impeachment da presidente Dilma tornou-se tema central do debate político brasileiro, com a própria presidente falando em ter forças para “reagir ao golpismo” e o ex-presidente Lula afirmando que os adversários querem impedir que Dilma cumpra seu mandato, uma pesquisa do Datafolha refletindo o sentimento predominante entre os cidadãos brasileiros coloca mais lenha na fogueira.
São três horas de trem, saindo de Viena. A paisagem é quase alpina, arrumada, asséptica como um postal. O trem para numa cidade mais ou menos amaldiçoada pela história: Linz. Ela não tem culpa de nada. Apenas foi a cidade que Hitler amava, que considerava a "sua" cidade. Na verdade, o ditador nazista nasceu em outro canto, viveu em Viena, Munique e Berlim.
Quando a nomeação de um Aldemir Bendine para presidir a Petrobras é considerada uma ação de resistência esquerdista da presidente Dilma, e aplaudida como tal pela militância partidária; quando o tesoureiro João Vacari Neto, acusado de desviar até U$ 200 milhões para o partido e levado coercitivamente a depor na Polícia Federal, é aplaudido pelos militantes, aí vemos que o caminho do PT está definitivamente obstruído pelos interesses internos, e ele não tem qualquer capacidade (ou vontade) de se reinventar.
Início de mês e de ano. O cidadão é daqueles que procuram estar sempre em dia com suas obrigações. Organizadíssimo. Mas em poucos dias vive três situações exemplares.
A nota oficial em que o PT tenta rebater as denúncias de que recebeu dinheiro dos recursos desviados nos escândalos da Petrobras é uma demonstração de como o partido está desnorteado. Afirmar que o “partido recebe apenas doações legais e que são declaradas à Justiça Eleitoral” só pode ser brincadeira, depois que, para se defender no escândalo do mensalão, o PT tentou alegar oficialmente que se tratava “apenas de caixa 2”, prática comum na política brasileira segundo o então presidente Lula. O “dinheiro não contabilizado”, na expressão do ex-tesoureiro Delubio Soares, tornou-se uma pérola inesquecível da baixa política.
A entrada de 2015 traz interrogações inéditas nas expectativas convencionais, diante do ano novo. Deparamos uma nova escalada do terrorismo, distinta de como a vivemos nas últimas décadas e, agora, à busca dos martírios de seus protagonistas. Os atuais homens-bomba a põem em causa à exaustão do dito consumismo, como a satisfação da existência, que caracterizou a modernidade. E é o que evidencia a inquietante militância de jovens americanos e europeus no Estado Islâmico, em busca de um testemunho, muito mais do que do desfecho de conflitos.
Estamos vivendo tempos sombrios em matéria de qualidade do ensino, em nosso país, especialmente se considerarmos a educação pública. Os resultados do Enem são catastróficos. Houve uma queda de 7,3% no desempenho médio em matemática. Na redação foi pior ainda: 9,7%. Vamos caminhando para o fundo do poço.
A foto da primeira página do GLOBO de segunda-feira, dia 2, mostra o presidente eleito da Câmara dos Deputados eufórico, a gargalhar, cercado pelos eleitores também álacres, punho esquerdo para o alto, numa demonstração de euforia pela vitória alcançada, parecida com a das torcidas de futebol quando os seus times derrotam os adversários.