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Artigos

  • Opinião: O Ponto G e o QiQi

    Não sei por que tanta celeuma sobre a espontaneidade do nosso presidente em revelar que "todos gostam de sexo" e que as relações com os Estados Unidos esperam o Ponto G. Os que censuram estas franquezas lembrem-se da história do Brasil começando no texto de Pero Vaz de Caminha, a famosa Carta, onde ele descreve as índias nuas e vai logo dizendo que elas "nem fazem caso de encobrir suas vergonhas (…) tão altas e cerradinhas". Nem esconde que todo mundo não queria outra coisa senão ver as maravilhas, que "nós muito bem olhávamos", como confessa.

  • Hora do crescimento: ZPE

    VISITEI A CHINA pela primeira vez em 1967. Era o tempo do obscurantismo da Revolução Cultural, de triste memória. Voltei a visitá-la em 1988, já presidente da República. A última viagem foi em 94. Vi nesse espaço de 30 anos as transformações que ocorreram e acompanho a explosão recente.

  • A FAB e João Paulo 2º

    O TEMA religioso se impõe na Quaresma. Não sei qual é o santo protetor dos controladores de vôo, senão pediríamos a todos invocá-lo nesta hora, em que tantos e tão acumulados erros foram cometidos. Louvemos a beata FAB brasileira, que cumpre exemplarmente seu dever em meio a tantas dificuldades, a começar pelo pioneirismo do Correio Aéreo Nacional, passando pelo heroísmo do "Senta a Pua", da Segunda Guerra Mundial, até o tremendo desafio de zelar pelo espaço aéreo de um país de tão grande dimensão, cobrindo as deficiências com a coragem, o patriotismo e o sacrifício de seus homens.

  • O fantasma da desigualdade

    A IGUALDADE sempre foi o grande sonho do homem, desde que teve consciência de sua condição humana. Fizeram-se revoluções, escreveram-se tratados, pensadores, poetas e políticos construíram fórmulas e meios de chegarmos a ela. A grande Revolução Francesa de 1789, considerada um marco na história da humanidade, resumiu seus ideais em três palavras chaves e divinas: liberdade, igualdade e fraternidade. Na Declaração da Independência americana, Thomas Jefferson ampliava essas aspirações, dizendo que todos os homens têm direito à "busca da felicidade". Associava-se a felicidade aos anseios do homem.

  • O doce prazer de voar

    O tema de voar anda na moda no Brasil, ou melhor, em crise. Uns chamam de apagão, na esteira do famoso racionamento de energia no princípio do século e que até hoje não consegue sair da cabeça das pessoas. Mas, no caso da aviação, não apagou nada, apenas fez voltar aquela famosa frase do tempo das intervenções militares em que, com prudência, uns diziam bem escondido para outros: "Há algo mais no ar, além dos aviões da carreira". Agora faltam os aviões da carreira, ficou o algo mais.

  • Opinião: O papa em nossa casa

    É muito difícil ser papa depois de João Paulo II. Este teve uma grande cumplicidade com a história. Antes de tudo, foi o primeiro papa a viver a sociedade de informação, capaz de ser visto e acompanhado por todos e em todo lugar. Segundo, teve de atravessar o tempo da Guerra Fria que levava o mundo à beira da catástrofe nuclear. Terceiro, lhe coube executar as reformas do Concílio Vaticano II, que provocou uma tempestade na Igreja, e resolver o conflito ideológico com a Teologia da Libertação.

  • O pescoço de Saddam

    O CONCEITO de guerra justa foi muito utilizado ao longo dos séculos para aventuras políticas. Kant, que era um pacifista a seu modo, achava que toda guerra "era contra a lei". Sua visão era mais legalista do que humanitária.

  • O cerco ao Brasil

    O Brasil sofre na América do Sul uma onda de hostilidade cujas motivações são absolutamente demagógicas e populistas. Nossa conduta com nossos vizinhos sempre foi exemplar. Esse quadro exige de nossa diplomacia um trabalho equilibrado e competente, que ela tem exercido bem, com o aprendizado da arte de engolir sapos.

  • O mundo vai acabar

    OS ISRAELENSES compradores de papéis antigos descobriram um manuscrito de um senhor Isaac Newton -o autor da teoria da gravidade- dizendo que o mundo vai acabar em torno de 2060. Esse senhor -já que hoje é necessário verificar, diante de tantas operações, se ele não está envolvido em uma delas, quem sabe, a Furacão- é um homem de boa ficha. Edmond Halley, o que deu nome àquele cometa que aparece por aqui entre 74 e 78 anos, dizia dele que "mais próximo de Deus nenhum mortal pode chegar". Halley também foi um desses.

  • Boa idéia não morre

    O SENADO aprovou nesta semana, em caráter terminativo, o projeto que faz renascer as ZPEs -Zonas de Processamento de Exportação. Essa idéia tem uma longa história. Quando visitei a China em 1988, os chineses começavam a construir um sistema dessas zonas, com o objetivo de participar da globalização econômica.

  • A vez da diplomacia

    CADA VEZ mais o Brasil está a exigir de nossa diplomacia. Ela sempre desempenhou suas tarefas com extraordinária competência. A ela devemos uma parcela da unidade nacional, ao construir fronteiras pacíficas com dez países, como o fez Rio Branco.

  • Pan-Pan-Pan

    EU NÃO SOU grande autoridade para falar de esportes, pois, afinal, nunca fui desportista. Quando estava no ginásio tive uma única irrupção de atletismo. Tornei-me torcedor do Flamengo e fazia corrida, naquele tempo chamada de "atlética". Logo percebi que aquele não era o meu chão e, em vez de correr, deu-me praticar o esporte de ler. Pouco a pouco fui deixando de ouvir os jogos nos velhos rádios cheios de chiados, que chamávamos "descargas", e que impediam a compreensão do que era transmitido. E por falar em "descargas", lembro o primeiro rádio que chegou em Pinheiro, comprado pelo farmacêutico José Alvim.

  • O sortilégio de Congonhas

    É DIFÍCIL lidar com a dor. Por isso o criador nos fez com a incapacidade de memorizá-la, sentir de novo. Fica apenas lembrança triste de uma dor passada. Pior ainda ter muitas dores. Dores da tragédia, dores do coração de mães, mulheres, filhos, parentes e amigos. São dores da alma. Na solidariedade incorporamos a dor de todos.

  • A Lei dos Ventos

    VOAR É UMA antiga e sedutora ambição do homem. Deus tinha dado asas aos anjos e as tinha negado a Adão. Na mitologia criamos deuses alados e até o nosso pequeno Eros, deus do amor, tinha uma flecha na mão, para dizer do seu poder de romper corações, mas, também, pequeninas asas, para mostrar que era fugidio e podia locomover-se como os pássaros e pousar em qualquer lugar.