
Reflexões amargas
Cabe ao PSDB responder à vitória reafirmando o social de seu nome, opondo-se, portanto, às ondas reacionárias entre nós.
Cabe ao PSDB responder à vitória reafirmando o social de seu nome, opondo-se, portanto, às ondas reacionárias entre nós.
O mais importante é o cheiro. Não passa de um velho barco, descascado, cheio de rachas que deixam entrar água. Não é sólido nem belo, embora navegue bem: parece um ataúde desbotado, sem a parte de cima. Tem três bancos, sendo que o da popa é móvel, podendo ser removido para a colocação de um motor. Não passa de uma tábua encaixada nas laterais do barco. Parece um embrião e uma ruína. Mas há o cheiro. Cheiro de marés, areias molhadas, ventos e ondas.
Cada dia que passa me convenço mais de que, sobretudo quando se trata de política, as pessoas, em geral, têm dificuldade de aceitar a realidade se ela contraria suas convicções.
No recente ciclo de palestras da Academia Brasileira de Letras com o tema “Planejamento e Políticas Públicas”, sob coordenação da escritora Ana Maria Machado, houve uma feliz coincidência: três dos palestrantes, com abordagens diferentes, acabaram se dedicando especialmente a analisar a crise educacional brasileira e sua relação com a falta de competitividade do país.
Dignidade humana deve ser preservada. Do direito à vida não decorre o dever de viver a qualquer preço.
Somos um país onde uma pessoa é assassinada a cada nove minutos, perfazendo 160 mortes por dia ou mais de 58 mil por ano.
O que está decidido pelo Supremo Tribunal Federal (STF), com a efetivação suspensa pelo pedido de vista extemporâneo do ministro Dias Toffoli, é que, uma vez réu, o integrante da linha de substituição tem que ser afastado dessa posição, que o habilita a exercer a presidência da República. Se o próprio presidente não pode ser réu, muito menos alguém que tenha que substituí-lo eventualmente pode sê-lo.
O Congresso entrou em clima de anistia. O novo projeto de lei sobre o Caixa 2 eleitoral, inserido nas diversas medidas de combate à corrupção em debate na Câmara, anistiará, direta ou indiretamente, políticos que usaram dinheiro não contabilizado (lembram-se do Delúbio Soares?) nas suas campanhas, desde, é claro, que a origem seja lícita.
Com a morte de José Cândido de Carvalho em 1989, a promessa do romance Rei Baltazar parecia de todo perdida para seus leitores. Cheguei a ouvir de José Cândido alguns detalhes rarefeitos, na casa de nosso amigo Alberto Torres, na praia de Icaraí. Anunciada muitas vezes na imprensa, aludida em conversas, para cair quase no esquecimento desses últimos anos, quem poderia imaginar, passadas três décadas, que o manuscrito existia, e bastante avançado?
A confirmação do relator da comissão especial de combate à corrupção, deputado Onix Lorenzoni, de que propostas contra a prática de caixa 2 “com dinheiro lícito” estão previstas no relatório que será lido para aprovação na semana que vem, está aberta uma nova etapa na tentativa de estabelecer uma linha divisória para a punição de parlamentares e ex-parlamentares que foram financiados de maneira ilegal nos últimos anos.
Saindo das eleições municipais como o que mais cresceu em número de eleitores entre os 10 maiores partidos, conquistando 3,8 milhões de votos para prefeito no 1º turno, um crescimento 51% em relação a 2012, o Partido Republicano Brasileiro (PRB) viu seu projeto político nacional reforçado pela vitória do bispo licenciado Marcelo Crivella para a prefeitura do Rio de Janeiro.
As eleições municipais chegam hoje ao seu desfecho reafirmando um novo pacto político que dá ao governo de Michel Temer respaldo que se reflete no predomínio de sua aliança partidária nas prefeituras brasileiras e no número de vereadores eleitos. Essa nova configuração político-partidária já teve conseqüência na aprovação, com folga, na Câmara, do teto de gastos, que agora vai para o Senado com amplas condições de ser aprovado.
Acompanhei a carreira de Carlos Alberto Torres desde que ele foi, se não me engano, pentacampeão dos juvenis do Fluminense. Sempre achei estranho que todos os atletas, principalmente os jogadores de futebol, tivessem um nome reduzido a um só: Garrincha, Pelé, Didi, Romário, Neymar, etc.
O Instituto Junguiano, em homenagem à dra. Nise da Silveira, promoveu uma série de debates, no Rio, sobre a sua obra generosa e inovadora no campo da psiquiatria. Tive nisso uma participação mínima porque o chofer encarregado de levar-me até o local do evento desconhecia as ruas de Botafogo e, por essa razão, rodou comigo quase uma hora sem encontrar o endereço. Terminei chegando lá, com a ajuda de um casal que, vendo-me perdido, prontificou-se a me ajudar.
Um dos aspectos mais curiosos das planilhas encontradas entre os documentos da empreiteira Odebrecht são os apelidos dados aos políticos que recebiam as doações de Caixa 2 ou de propinas das obras superfaturadas. Ontem foi denunciado pelo Ministério Público Federal “o italiano”, codinome dado ao ex-ministro Antonio Palocci.