
Farinha do mesmo saco
Qualquer caixa 2 é ilegal, seja de grande empreiteira ou do botequim da esquina. Significa que um dinheiro não foi declarado.
Qualquer caixa 2 é ilegal, seja de grande empreiteira ou do botequim da esquina. Significa que um dinheiro não foi declarado.
Não foi mera coincidência. Ontem, quase ao mesmo tempo, embora separados geograficamente, a presidente do Supremo Tribunal Federal, ministra Carmem Lucia, e os procuradores da Lava Jato em Curitiba deram entrevistas onde os pontos de vista comuns sobre as questões nacionais podem ser constatados.
O cancioneiro de Cartola é uma autobiografia sentimental de suas esperanças, queixas e confissões. Uma lírica altamente sofisticada de quem tinha apenas o curso primário.
Um ponto fora da curva da tradição política americana recente.
O governador de São Paulo Geraldo Alckmin fez ontem, em entrevista à CBN, uma declaração peremptória: apoiará o candidato que vencer as prévias, e não sairá do PSDB para concorrer à presidência da República por outro partido. A máquina eleitoral tucana deu ao candidato Aécio Neves em 2014 nada menos que sete milhões de votos de vantagem na eleição presidencial. E não tinha a Prefeitura da capital.
Os paradoxos continuam dominando a política brasileira, liderada desde o impeachment da ex-presidente Dilma por uma figura paradoxal como Michel Temer, que detectou na impopularidade a alavanca para agir como estadista no que toca às reformas estruturais do país, mas, ao mesmo tempo protege, como bom comandante à moda antiga, um grupo acusado por todos os lados de fisiologismo político.
Não são poucos os méritos do livro Machado de Assis e a mundana comédia: cinco peças teatrais. Não me refiro apenas ao recorte definido das cinco peças, mas à qualidade intelectual de dois raros leitores, Carlos Pereyro e Alva Teixeiro, feridos ambos pela palavra, autênticos lettraferits, e sem previsão de alta, graças a Deus!
Proibida a doação eleitoral por empresas pelo Supremo Tribunal Federal, e inviabilizada pelos escândalos que estão sendo revelados desde o mensalão e que agora, no petrolão, ganharam detalhes perversos de utilização dos mecanismos institucionais da democracia para lavar o dinheiro das propinas oriundas de verba pública, a política ficou sem meios de se financiar.
A decisão dos tribunais superiores sobre a utilização da Justiça Eleitoral para legalizar o dinheiro proveniente de propinas é o ponto fundamental da discussão que está instalada sobre a corrupção na política brasileira. Sem que se chegasse a uma conclusão definitiva, já se foi o tempo em que se discutia se o dinheiro de caixa 2 era corrupção.
Quando comecei a trabalhar na imprensa ("Jornal do Brasil", 1952), o assunto principal da mídia carioca era a construção do metrô, que só foi concretizada muitos e muitos anos depois. Correndo por fora, em matéria de importância jornalística, era saber onde estavam os ossos de Dana de Teffé, uma ex-bailarina tcheca. Era espiã comunista e foi morta pelo seu amante, o advogado Leopoldo Heitor, que embrulhou toda a justiça com o argumento de que não foram encontrados os ossos da assassinada.
Acabo de voltar dos Estados Unidos. É sempre um prazer e um aprendizado visitar a grande nação do Norte, que hoje vive a experiência de um governo republicano (Donald Trump).
Quando comecei a trabalhar na imprensa ("Jornal do Brasil", 1952), o assunto principal da mídia carioca era a construção do metrô, que só foi concretizada muitos e muitos anos depois. Correndo por fora, em matéria de importância jornalística, era saber onde estavam os ossos de Dana de Teffé, uma ex-bailarina tcheca. Era espiã comunista e foi morta pelo seu amante, o advogado Leopoldo Heitor, que embrulhou toda a justiça com o argumento de que não foram encontrados os ossos da assassinada.
Frederich Nietzsche observa, com costumeira razão: “Sob cada pensamento se oculta uma paixão”. E ele se alonga: “Nossas paixões são a vegetação que cobre a rocha nua das ações”.
Lula e Temer viram passar (ou melhor, não viram) a revolução de costumes dos anos 60, em que a mulher toma consciência de seu valor, derruba tabus.
Os adeptos mais radicais da teoria conspiratória chegavam a insinuar que o juiz de Curitiba fora escolhido a dedo para incriminar Lula e impedir sua pretendida volta.