
Desgostos de agosto
Agosto é mês de desgosto, diz o bordão. Logo se cita o suicídio de Getúlio. Mas outro caso de agosto teve profundas repercussões na História do Brasil: a renúncia de Jânio Quadros.
Agosto é mês de desgosto, diz o bordão. Logo se cita o suicídio de Getúlio. Mas outro caso de agosto teve profundas repercussões na História do Brasil: a renúncia de Jânio Quadros.
O instrumento que temos não é outro que a anistia. O Brasil tem lidado com ela, de maneira admirável, em todos os movimentos de ruptura em nossa História.
A ideia de democracia é curiosa: vive acompanhada de adjetivos, mas só vale quando não os tem. Democracia liberal, democracia social, democracia relativa, democracia isso ou aquilo. Os adjetivos entram como atenuações do substantivo e já vão, ao qualificar, desqualificando.
O grande desafio dos países em desenvolvimento é, sem nenhuma contestação, o atraso científico e tecnológico. O mundo do futuro não será de países grandes ou pequenos, mas dividido entre os países que dominam ciência e tecnologia e os que ficarão colonizados, importando as conquistas da humanidade e condenados ao atraso.
O mundo sempre olhou com admiração a experiência democrática americana. Mas nela choca a violência política, com o assassinato de quatro presidentes e de vários líderes políticos, entre inúmeras tentativas. O tiro contra Trump segue o mau costume. Surpreendente mesmo foi o que aconteceu com o Presidente Joe Biden. Ele é o decano dos políticos americanos.
É difícil cooptar um assunto em meio a tantos que circulam nas manchetes políticas e policiais. Você não vive o dilema de um escritor em busca de personagens, mas a necessidade de convencer um tema a que ele entre em seu artigo. Quase sempre, quando existem muitos, ele resiste. Outra coisa difícil para quem escreve é evitar a entrada de adjetivos não convidados em seu texto.
Dos quarenta anos que passei no Senado Federal, algumas lembranças são indeléveis, saudades que não passam e venerações que não encolhem. Entre essas quero destacar a figura de Afonso Arinos de Melo Franco, a quem nós, se fôssemos qualificar com um epíteto, como o fizeram com alguns nomes históricos, como "o Moço", o "Velho", chamaríamos de, Afonso Arinos, "o Grande".
Volto a minha terra, o Maranhão, minha grande paixão. Por que não confessar? Venho em busca de Santo Antônio, São João, São Pedro, São Paulo e São Marçal, que são festejados durante todos os dias de junho pelos cordões do bumba-meu-boi, mais de trinta grupos, cada um com seu ritmo próprio: Matraca, Tambor, Orquestra, Pandeirão, Costa de mão e muitos outros inventados ou ressuscitados de memórias antigas.
Toda a classe política e os estudiosos da ciência política chegaram à unanimidade na denominação do atual sistema de governo do Brasil como presidencialismo de coalizão, que tanto tem feito sofrer o Presidente Lula. Certo ou errado, passou a ser chamada assim essa maneira de funcionamento do Congresso, extrapolando para o campo do Executivo no seu relacionamento com os partidos políticos.
Comemoramos os duzentos anos da Constituição de 1824. Sua gênese são as forças contraditórias que agiam quando se inaugurava a Nação e que se expressavam no próprio Pedro I. No jovem imperador se acumulavam os conflitos: o passional e o refletido, o romântico e o herdeiro das luzes, o príncipe e o democrata, o homem de ação e o homem de concepção.
Na década de 1990, a França deu o grito de alerta: se não reagirmos, dentro de quatro gerações o inglês será a língua universal. Nossos idiomas morrerão e serão apenas referências históricas.
A Folha de S. Paulo, quando eu escrevia uma coluna semanal, abriu o tema do significado de "coisa" como uma palavra que servia para tudo e no fundo era sinônimo de qualquer substantivo feminino que tivéssemos como tema do nosso artigo. Era um convite a ficar "por dentro das coisas", para falar "coisa com coisa". Coisa de inteligência, digna de ver a coisa como a coisa é.
As enchentes no Rio Grande do Sul estão chegando a uma repetição que nos dão o sentido de que provocam uma dor que não passa. Desde outubro do ano passado o Rio Grande enfrenta, num mecanismo contraditório, seca e enchente. A primeira destruindo as lavouras, e a segundo inundando os vales nas regiões montanhosas do sul. E agora, época de chuvas, elas vêm todo dia, como se quisessem repetir o dilúvio das épocas primeiras. E, quando passarem, virá, já se anuncia, repetindo o ciclo, uma grande seca.
Em 1972 as Nações Unidas realizavam em Estocolmo a primeira conferência mundial do meio ambiente. O assunto começava a ser objeto de preocupação do mundo inteiro, com a constatação de que a agressão ao meio ambiente começava a mudar a face da Terra.
Na semana passada, quando fiz um programa de entrevista de televisão, tive a oportunidade de dizer que atravessamos no Brasil um período que chamei de “pálido” no que se refere à cultura. Podemos constatar esta afirmação, estamos com certa fome e expectativa de que surjam na atualidade artistas da dimensão de Portinari e Guimarães Rosa