No domingo (17), falei de minha contenda com Marcelo Dunlop, historiador do futebol, sobre quem sabia de mais torcedores do Flamengo na música brasileira. Dunlop atacou de Ary Barroso, Dorival Caymmi, Ataulpho Alves, Carmen Miranda, Almir Guineto, Silas de Oliveira, Bezerra da Silva, Candeia, Wilson Baptista, Geraldo Pereira e Noel Rosa.
Rebati com Cyro Monteiro, Moreira da Silva, Orlando Silva, Cauby Peixoto, Blecaute, João Nogueira, João Bosco, Morais Moreira, Jorge Ben Jor, Djavan e Caetano Veloso. E emendei com um time feminino: Elizeth Cardoso, Angela Maria, Dolores Duran, Elza Soares, Alcione, Nana Caymmi, Fafá de Belém, Sandra de Sá, Baby Consuelo, Leila Pinheiro e Zezé Motta.
Mas Dunlop, autoridade em Flamengo, não se abalou e me esmagou com outra lista de flamengos da música: Villa-Lobos, Jackson do Pandeiro, Jards Macalé, Marcelo D2, Diogo Nogueira, Moacyr Luz, Gabriel da Muda, Alfredo Del-Penho, Jorge Aragão, Léo Jaime, Arlindo Cruz, Paulo Cesar Pinheiro, Paulo Magalhães, Herbert Vianna, Bira Presidente, Bebeto, Seu Jorge e Neguinho da Beija-Flor. "Entre outros".
E, para não deixar dúvida sobre sua autoridade, mandou-me também uma lista de ilustres flamengos da literatura: João do Rio, Manuel Bandeira, Alvaro Moreyra, Gilka Machado, José Lins do Rêgo, Mario Filho, Rubem Braga, Antonio Callado, Ziraldo, Edigar de Alencar (historiador do Carnaval e criador da expressão "Nação Rubro-negra", copiada pelas outras torcidas), Edilberto Coutinho, o catarinense Mauricio Neves de Jesus (o maior historiador do clube, autor do definitivo "Me Arrebata – Paixões Rubro-Negras"), Dias Gomes, Braulio Tavares, Fernanda Torres, Sérgio Rodrigues e, modestamente, eu. É um escrete para liquidar com a preconceituosa visão de que, por ser o clube mais popular do Brasil, o Flamengo tem uma "torcida de analfabetos".
Não por acaso, a Academia Brasileira de Letras acaba de ganhar outro devotado escriba torcedor do Mengo: o romancista amazonense radicado em SP Milton Hatoum. Mais um nas arquibas.