A Academia Brasileira de Letras realiza na próxima quarta-feira, 30 de abril, a partir das 16h, no Petit Trianon, a eleição para a Cadeira nº 7 do Quadro dos Membros Efetivos, vaga aberta com o falecimento do Acadêmico Carlos Diegues.
Estão inscritos: Miriam Leitão, Cristovam Buarque, Tom Farias, Ruy da Penha Lôbo, Antônio Hélio da Silva, Rodrigo Cabrera Gonzales, Daniel Henrique Pereira, Angelos D’Arachosia, José Gildo Pereira Borges, Tamara Ribeiro de Oliveira, Martinho Ramalho de Melo, Chislene de Carvalho, Edir Meirelles, Claudenilson Fernandes de Jesus, Ivan Luís Vieira Piffer e Marcia Camargos.
O TRE-RJ irá ceder mais uma vez as urnas eletrônicas. A expectativa é que a eleição dure em torno de 30 minutos, caso não haja necessidade de segundo escrutínio.
Principais candidatos (por ordem alfabética)
Cristovam Buarque nasceu em Recife-PE, em 1944; em 1949 ingressou no Instituto Castro Alves onde aprendeu a ler e escrever. Continuou sua educação de base no Ginásio São Luiz e no Colégio Marista, em Recife.
Graduou-se em Engenharia Mecânica pela Universidade Federal de Pernambuco em 1966. Em 1973 concluiu o Doutorado em Economia diplomado pela Sorbonne, Paris. Entre 1973-79 foi funcionário do BID - Banco InterAmericano de Desenvolvimento, servindo em Quito/Equador, Tegucigalpa/Honduras e Washington DC/EUA, nesta cidade por quatro anos como Economista “Senior”. Voltou ao Brasil, a convite do prof Edmar Bacha, para ser professor no Departamento de Economia da UnB.
Entre 1985-89 foi reitor da UnB onde implantou reformas que caracterizam o que se convencionou chamar de Universidade Tridimensional. Entre 1995-1999 foi Governador do Distrito Federal onde além de diversos programas inovadores implantou pela primeira vez a ideia de transferência de renda condicionada à educação com os programas Bolsa Escola e Poupança Escola. A ideia estava em seu livro “A Revolução nas Prioridades”. o que levou jornalista a caracteriza-lo como “um professor que leva ideias de
seus livros para o Diário Oficial”. Eleito em 2002, foi Senador pelo Distrito Federal por dois mandatos até 2019. Em 2003 foi Ministro da Educação. No Senado presidiu as Comissões de “Direitos Humanos”, de “Relações Exteriores e Defesa Nacional”, de “Educação”. Tem
22 leis de sua autoria sancionadas, entre elas a Lei do Piso Salarial Nacional do Magistério, e duas Leis que asseguram vaga nas escolas a partir dos quatro e até os dezoito anos.
Em 2006 concorreu à presidência da república com a bandeira concentrada na proposta de um choque na qualidade e na equidade da educação de base, como o vetor fundamental para o progresso do Brasil.
É professor emérito da Universidade de Brasília, pela qual é aposentado como Professor Titular.
Foi membro do Conselho Consultivo do Relatório de Desenvolvimento Humano (PNUD), do Conselho da Universidade das Nações Unidas para a Paz, em San Jose/Costa Rica, no qual assumiu a presidência; do Conselho do Instituto da UNESCO para Educação ao Longo da Vida, em Hamburgo/Alemanha; do Conselho da Universidade das Nações Unidas (UNU) em Tóquio/Japão. Atualmente é membro do Conselho da South Centre, em Genebra.
Foi um dos 15 especialistas que elaboraram para a UNESCo o documento sobre o Futuro da Educação no Mundo, publicado em 2023.
Paralelamente às carreiras acadêmica e política tem sido um escritor profícuo com dezenas de livros publicados: técnicos, ensaios, ficção para público adulto e infanto juvenil, aforismos e tradução. Além de livros pessoais é co-autor com dezenas de outros escritores, e colaborador em revistas de opinião ou notícias. Em jornais tem cerca de 2.000 artigos publicados ao longo de 45 anos.
Livros de autoria pessoal de Cristovam Buarque - em 2025
Técnicos
Avaliação Econômica de Projetos. Rio de Janeiro: Campus, 1984.
Ensaios
Na fronteira do futuro: O Projeto da UnB. Brasília: Editora UnB, 1989.
A desordem do progresso: o fim da era dos economistas e a construção do futuro. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1991.
O colapso da modernidade brasileira – e uma proposta alternativa. São Paulo: Paz e Terra, 1991.
A revolução na esquerda e a invenção do Brasil. São Paulo: Paz e Terra, 1992.
A revolução nas prioridades: da modernidade-técnica à modernidade-ética. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1993.
O que é apartação: o apartheid social no Brasil. São Paulo: Brasiliense, 1993. Coleção Primeiros Passos, vol. 278.
A Cortina de Ouro: os sustos do final do século e um sonho para o seguinte. São Paulo: Paz e Terra, 1994.
Os deuses subterrâneos: Uma fábula pós-moderna. 1ª ed. Rio de Janeiro: Editora Record, 1994.
A segunda abolição: um manifesto-proposta para a erradicação da pobreza no Brasil. São Paulo: Paz e Terra, 1999.
Os tigres assustados: uma viagem pela fronteira dos séculos. Rio de Janeiro: Rosa dos Ventos, 1999.
A Aventura da Universidade. 2. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2000.
Admirável mundo atual: dicionário pessoal dos horrores e esperanças do mundo globalizado. São Paulo: Geração Editorial, 2001.
Os instrangeiros: a aventura da opinião na fronteira dos séculos. Rio de Janeiro: Garamond, 2002.
Astrícia. 2. ed. São Paulo: Geração Editorial, 2004. v. 1.
Um livro de perguntas. Rio de Janeiro: Garamond, 2004.
Como Fazer? A Revolução pela Educação. Brasília: Senado Federal, 2006.
Foto de uma conversa: Celso Furtado e Cristovam Buarque. São Paulo: Editora Paz e Terra, 2007.
Made for Brazzil. Brasília: Senado Federal, 2007.
Sou insensato. Rio de Janeiro: Garamond, 2007.
O que é educacionismo. São Paulo: Brasiliense, 2008.
Da ética à ética: minhas dúvidas sobre a ciência econômica. Curitiba: Ibpex, 2010. [Texto original de 1993]
O berço da desigualdade. Sebastião Salgado, Cristovam Buarque. 3ª ed. Unesco, 2010.
A economia está bem, mas não vai bem. Brasília: Senado Federal, 2011.
A revolução Republicana na Educação: ensino de qualidade para todos. 1.ed. São Paulo: Editora Moderna, 2011.
Desafios à humanidade: perguntas para a Rio+20 / Challenges to humankind – questions for Rio+20. Curitiba: Ibpex, 2012. Edição bilíngue. Reaja. Rio de Janeiro: Garamond, 2012.
Reaja! 1. ed. Rio de janeiro: Garamond, 2012.
Bolsa-Escola: história, teoria e utopia. Brasília: Líder/Thesarus, 2013.
As cores da economia. Brasília: Senado Federal, 2013.
Uma nota só. Brasília: Senado Federal, 2013.
O Erro do Sucesso. Brasília: Garamond, 2014.
A universidade na encruzilhada. 1. ed. São Paulo: Editora Unesp, 2014.
Dez dias de maio em 1888. 3ª ed. Brasília: Senado Federal, 2016.
Mediterrâneos invisíveis: os muros que excluem os pobres e aprisionam os ricos. Rio de Janeiro: Record, 2016.
Uma nova esquerda e o Brasil que queremos. Brasília: Fundação Astrojildo Pereira, 2016.
Retrato de uma década perdida. Brasília: Editora Abará, 2017.
Por que falhamos: o Brasil de 1992 a 2018. Brasília: Tema Editorial, 2019.
Fotos de conversas: Fernando Henrique Cardoso e Cristovam Buarque. Brasília: Fundação Astrojildo Pereira, 2021.
O Mundo é uma Escola - Relatos do que aprendi em viagens. Rio de Janeiro: Editora Jaguatirica, 2021.
Uma conversa sobre educação: Claudio de Moura Castro e Cristovam Buarque. São Paulo: Fundação Santillana, 2022.
A última trincheira da escravidão. São Paulo: Editora Universidade Zumbi dos Palmares, 2022. 354p.
Foto de uma conversa: António Nóvoa e Cristovam Buarque. Curitiba: Editora Casagrande, 2023. 53p.
Jogados ao mar. Editora Lacre, 2023. 151p.
Ficção
A ressurreição do general Sanchez. São Paulo: Geração Editorial, 1997.
A eleição do ditador. São Paulo: Paz e Terra, 1988.
Astrícia. São Paulo: Geração Editorial, 2004.
Os deuses subterrâneos. Rio de Janeiro: Editora Record, 2005.
Infanto-Juvenil
O tesouro na rua: uma aventura pela história econômica do Brasil. Rio de Janeiro: Artes e Contos, 1995.
A borboleta azul. Rio de Janeiro: Record, 2008.
A rebelião das bicicletas e outras histórias. Rio de Janeiro: Garamond, 2013.
Tradução
Lua solitária. Brasília: Liber Livro 2014. Tradução de Cristovam Buarque da versão francesa de Ali Abdulla Khalifa.
Aforismos
Um Livro de Perguntas. 1. ed. Rio de Janeiro: Garamond, 2003.
O futuro de um país tem a cara de sua escola no presente. 1. ed. Curitiba: Editora Intersaberes, 2012.
Uma ponte sobre o tempo: aforismos entre os séculos XII e o XXI. Brasília: Abaré Editorial, 2017.
Provocações. 1ª ed. Curitiba: Editora Intersaberes, 2018.
Míriam Leitão
Miriam Azevedo de Almeida Leitão nasceu em Caratinga, MG, em 7 de abril de 1953. É a sexta de 12 filhos do casal Uriel e Mariana, ele educador e pastor presbiteriano, ela, educadora. Começou sua vida profissional no Espírito Santo, indo depois para Brasília, São Paulo, até se mudar definitivamente para o Rio de Janeiro, em 1986. É escritora com 16 livros publicados de diversos gêneros literários: não ficção, crônica, romance e livros infantis. É jornalista de jornal impresso, rádio, TV e mídia digital. Em 53 anos de vida profissional, trabalhou em vários veículos de imprensa, entre eles Gazeta Mercantil e Jornal do Brasil.
Desde 1991 está no grupo Globo, é colunista do jornal O Globo, comentarista do Bom Dia Brasil, Globonews, CBN e ancora o programa de entrevistas Miriam Leitão Globonews. Em dezembro de 1972, aos 19 anos, grávida, foi presa e processada pela Lei de Segurança Nacional por se opor à ditadura militar.
É casada com o escritor e cientista político Sérgio Abranches. Tem dois filhos, Vladimir Netto e Matheus Leitão, e o enteado Rodrigo Abranches. Tem quatro netos Mariana, Daniel, Manuela e Isabel.
Bibliografia e Premiações
Bibliografia
1. Convém sonhar, coletânea de crônicas e colunas, (Record), 2011
2. Saga brasileira, a longa luta de um povo por sua moeda, 2012 — Prêmio Jabuti de livro reportagem, e Jabuti de livro do ano de não ficção. ( Record), 2012
3.Tempos extremos, romance— finalista do Prêmio São Paulo (Intrínseca), 2014
4. História do futuro — O horizonte do Brasil no século XXI, livro-reportagem (Intrínseca), 2015
5. A verdade é teimosa — coletânea de colunas, (Intrínseca), 2017
6. Refúgio no sábado — crônicas, finalista do Prêmio Jabuti (Intrínseca), 2018
7. Democracia na armadilha — Crônicas do desgoverno, (Intrínseca), 2022
8. Amazônia na encruzilhada, 2024 — livro-reportagem — (Intrínseca) Prêmio Juca Pato, 2024
Obra Infantil
1. A perigosa vida dos passarinhos pequenos — Prêmio FNLIJ. Selo de Altamente Recomendável da FNLIJ; Semi-finalista do Prêmio Jabuti, 2013, (Rocco)
2. A menina do nome enfeitado, 2014, (Rocco)
3. Flávia e o bolo de chocolate, 2015 (Rocco)
4. O estranho caso do sono perdido — Selo de Altamente Recomendável da FNLIJ, 2016 ( Rocco)
5. O mistério do pau oco, 2018, (Rocco)
6. As Aventuras do tempo, 2019, (Rocco)
7. O menino que conhecia o fim da noite, 2022, (Rocco)
8. Lulli, a gata aventureira, 2025, (Rocco)
Alguns Prêmios recebidos na atividade jornalística
•Prêmio Jornalismo para a Tolerância, da Federação Internacional de Jornalistas pelo caderno “A Cor do Brasil”, 2004
•Prêmio Maria Moors Cabot, da Universidade de Columbia, 2005
•Prêmio Vladimir Herzog de Direitos Humanos, pelo documentário “História inacabada”, sobre o desaparecimento de Rubens Paiva, 2012
*Prêmio Esso pela reportagem feita com Sebastião Salgado “Paraíso Sitiado” sobre o povo indígena Awá Guajá - 2013
•Prêmio Liberdade de Imprensa — ANJ — Associação Nacional dos Jornais, 2017
•Prêmio Contribuição ao Jornalismo — ABRAJI — Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo, 2019
Tom Farias
Tom Farias Uélinton Farias Alves nasceu no Rio de Janeiro em 1960.
Jornalista, pesquisador, roteirista, escritor, romancista, editor e crítico literário. Iniciou sua carreira no jornalismo aos 14 anos, quando publicou e editou o jornal estudantil “Boca Livre”, ao mesmo tempo que militava no CCP – Centro de Cultura Popular. Atualmente escreve para a Folha de S.Paulo, onde tem uma coluna semanal. Antes, passou pelo Globo, O Dia, Jornal do Brasil, Diário Catarinense, revistas da Biblioteca Nacional, Piauí, QuatroCincoUm, Raça Brasil e publicações no exterior, entre as quais a Revista Novas Letras, de Cabo Verde.
Estreou como escritor em 1987, com “O Abolicionista Cruz e Souza” e hoje tem 18 livros publicados, entre eles as afrobiografias de Jose do Patrocinio, Cruz e Souza e Carolina Maria de Jesus – todas premiadas ou indicadas aos mais altos prêmios nacionais, como o do Governo do estado de Santa Catarina, Câmara Catarinense do Livro, FLUP, Academia Brasileira de Letras e Jabuti, onde foi finalista por duas vezes – 2009 e 2019.
É embaixador do Instituto Adus, em prol dos refugiados africanos em São Paulo. Tem a biblioteca Tom Farias em sua homenagem no bairro de Manguinhos e é membro da Academia Carioca de Letras.
É um dos autores do seriado “Libertaryus”, da Tv Cultura. É autor de “Cruz e Souza: Dante Negro do Brasil”, “Carolina, uma biografia”, e “Jose do Patrocinio, a pena da abolição”, além dos romances “A Bolha” e “Toda Fúria”. No jornalismo, publicou “Escritos Negros: Crítica e Jornalismo Literário”.
29/04/2025